Os irmãos Joesley, 45 anos, e Wesley Batista, 47, donos do grupo JBS, conseguiram no ano passado um lucro pessoal de 163 milhões de reais, valor que corresponde a 74% da multa que deverão pagar no acordo de delação premiada fechado com a PGR (Procuradoria-Geral da República). Os valores constam de suas declarações de IR (Imposto de Renda) como pessoas físicas – o que não inclui os ganhos do grupo empresarial.
De acordo com o que foi combinado, os irmãos deverão pagar multas que totalizam 220 milhões de reais até junho de 2028, por meio de parcelas anuais. A julgar pelos dados encaminhados ao IR, Joesley não terá dificuldade para sanar a sua parte, que corresponde a metade desse valor. Em um ano de atividade, ele lucrou 103 milhões de reais, enquanto Wesley recebeu 60 milhões de reais.
Ainda segundo as declarações de pessoa física, até 2015 os irmãos mantinham o hábito – inexplicável do ponto de vista financeiro, segundo especialistas – de guardar em casa altas somas de dinheiro, em espécie. No caso de Joesley, esse valor era de 5 milhões de reais, ao passo que o irmão a quantia “no colchão” era um pouco menor, 3,5 milhões de reais.
No decorrer de um ano, considerando-se esses valores e a rentabilidade média de uma caderneta de poupança no Brasil, por exemplo, essa prática fez com que ambos tenham perdido o equivalente a pouco mais de 600 mil reais em rendimentos.