Ícone do site Jornal O Sul

Os Estados Unidos e Israel voltam a votar contra o fim do embargo a Cuba

No ano passado, o governo norte-americano se absteve pela primeira vez na votação da resolução. (Foto: Reprodução)

A Assembleia Geral da ONU (Organização das Nações Unidas) aprovou nessa quarta-feira, pelo 26º ano consecutivo, uma resolução que pede o fim do embargo imposto há meio século pelos Estados Unidos contra Cuba.  A sessão reuniu 193 países, sendo que 191 apoiaram a medida.

Apenas Estados Unidos e Israel votaram contra a resolução que prevê o fim do “embargo econômico, comercial e financeiro” de Washington à ilha.

No ano passado, o governo norte-americano se absteve pela primeira vez na votação da resolução, em consequência da aproximação do então presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, ao poder cubano, restabelecendo relações diplomáticas com Havana.

No entanto, neste ano, a delegação norte-americana votou contra depois que a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, declarou que “todos os anos, a Assembleia Geral perde o seu tempo a examinar esta resolução”, aprovada desde 1991.

Haley ainda disse que a sessão não passava de um “teatro político” e que Washington estava disposto a seguir sua política com relação a Cuba, “embora fiquemos sozinhos”.

A diplomata garantiu que o governo vai continuar a votar contra este tipo de resoluções “enquanto o povo cubano estiver privado dos seus direitos”.

“O bloqueio a Cuba está inscrito na lei norte-americana e só o Congresso pode terminá-lo”, apontou, referindo-se ao “estado deplorável da economia cubana” e a “opressão do povo” como razões para isso não acontecer.

Por sua vez, o chanceler de Cuba, Bruno Rodríguez, foi à tribuna da ONU e expressou sua “mais enérgica condenação às declarações irrespeitosas, ofensivas e ingerencistas” de Haley.

De acordo com o cubano, “não há uma cubana, nem serviço social em Cuba que não sofra privações e consequências do bloqueio”, imposto pelo presidente John F. Kennedy à ilha em 1962.

Durante o debate, a delegação da Rússia lamentou o “retrocesso evidente” nas relações entre Washington e Havana depois do início de uma reaproximação há três anos liderada por Obama.

Cubanos

Cuba vai facilitar viagens à ilha para seus cidadãos que moram nos Estados Unidos, disse o ministro do Exterior cubano, Bruno Rodriguez. A medida indica um gesto para ganhar apoio de cubanos americanos durante uma crise diplomática causada por acusações de ataques misteriosos contra diplomatas americanos em Cuba.

“O governo dos EUA fecha, e Cuba abre”, disse Rodriguez em um encontro com cubanos americanos pró-Havana em Washington.

Ele afirmou que os cidadãos cubanos nos EUA não precisarão mais passar por uma revisão especial de seus passaportes cubanos para reabilitá-los antes de viajar para a ilha.

Rodriguez disse ainda que esse procedimento tornou-se mais difícil devido à falta de pessoal na embaixada cubana após o governo dos EUA expulsar 15 diplomatas cubanos este mês devido a uma disputa em torno de ataques misteriosos a pessoal dos EUA em Cuba.

“É inaceitável e imoral, do ponto de vista do governo cubano, que as pessoas sejam prejudicadas por diferenças entre os governos”, disse ele.

Sair da versão mobile