Os ex-presidentes da República José Sarney, Fernando Collor, Fernando Henrique Cardoso, Luiz Inácio Lula da Silva, Dilma Rousseff e Michel Temer manifestaram repúdio aos ataques sofridos pelo STF (Supremo Tribunal Federal), na noite do último sábado (13), e prestaram total solidariedade à Corte, em defesa da democracia e do respeito às instituições republicanas.
Dezenas de manifestantes bolsonaristas do movimento “300 do Brasil” atiraram fogos de artifício em direção ao edifício do STF, em Brasília, no sábado. Vídeos nas redes sociais também mostram o grupo xingando ministros da Corte durante o ato.
Leia abaixo o teor das manifestações de apoio ao presidente do STF, ministro Dias Toffoli, estendidas aos demais ministros da Suprema Corte:
– José Sarney: “Solidário à sua mensagem, junto o meu protesto contra inqualificável e criminosa agressão ao STF, guardião da Constituição, integrado por magistrados de altas virtudes culturais e morais. Peço para estender minha solidariedade a toda Corte”.
– Fernando Collor: “O STF é o guardião da Constituição Federal e dos direitos fundamentais. Atacar a Suprema Corte é uma afronta à mais básica racionalidade democrática e uma ofensa à ordem constitucional! Tentar amedrontar a Justiça com manifestações de ódio é intolerável!”.
– Fernando Henrique Cardoso: “Minha solidariedade ao STF é total. Os fogos vistos no YouTube e a voz tremebunda atacando-o são contra a democracia. Gritemos: não ao golpismo! Os militares são cidadãos: devem obediência à Constituição como todos nós. Defendamos juntos Brasil, povo e lei, antes que seja tarde”.
– Luiz Inácio Lula da Silva: “Qualquer instituição que faz parte da garantia do funcionamento da democracia no nosso país precisa ser respeitada em sua plenitude. É inadmissível a irresponsabilidade dessa manifestação agressiva contra o STF”.
– Dilma Rousseff: “Todos devem obediência à Carta Magna. Ninguém está acima dela. Ataques ao STF e ao Congresso precisam ser respondidos nos termos da lei”.
– Michel Temer: “Presidente Dias Toffoli. Receba minha solidariedade à sua manifestação. A agressão física à Suprema Corte revela o desconhecimento de suas elevadas funções como um dos principais garantes da democracia, integrada, como é, por juristas do maior porte e forjados na ideia de rigoroso cumprimento da Constituição Federal”.
Prisões
A PF (Polícia Federal) prendeu, nesta segunda-feira (15), a ativista e militante de extrema direita conhecida como Sara Winter, tida como líder do grupo “300 do Brasil”, de apoio ao presidente Jair Bolsonaro. A pedido do MPF (Ministério Público Federal), o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou a prisão temporária, por cinco dias, de seis pessoas (entre elas Sara Winter) identificadas como líderes do acampamento “300 do Brasil”, em Brasília. Os mandados de prisão foram cumpridos nesta segunda-feira no âmbito do inquérito 4.828, aberto em abril a pedido da PGR (Procuradoria-Geral da República) para apurar a organização de atos antidemocráticos. As informações são do STF da PGR e da Agência Brasil.