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Os servidores da Eletrobras vão parar as atividades a partir desta segunda

Os serviços essenciais serão garantidos, sem prejuízo aos usuários. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

Os trabalhadores do Sistema Eletrobras vão paralisar às atividades por três dias, a partir da segunda-feira (11), em protesto contra a privatização da estatal. De acordo com a CNE (Coletivo Nacional dos Eletricitários), os serviços essenciais não serão afetados. A expectativa do Coletivo é que a adesão ao movimento atinja os 24 mil funcionários do sistema Eletrobras.

Segundo a Federação Nacional dos Urbanitários, que reúne os servidores da Eletrobras, o movimento deve parar as áreas administrativas e atividades fins, como operação e manutenção de todas as empresas de geração, transmissão e distribuição de energia: Furnas, Chesf, Eletrosul, Eletronorte, Eletrobras e o Cepel (Centro de Pesquisa de Energia Elétrica), além das distribuidoras dos Estados do Piauí, Rondônia, Roraima, Acre e Amazonas.

De acordo com o coordenador do CNE e diretor jurídico do Sindicato dos Urbanitários do Maranhão, Wellington Araújo Diniz, os serviços essenciais serão garantidos, sem prejuízo aos usuários, e, caso aconteça alguma ocorrência no sistema, os sindicatos acionarão as equipes de manutenção e urgência.

“Nossa greve é contra o processo de privatização da Eletrobras, que é uma tentativa de desmonte das empresas do sistema elétrico nacional. A empresa está sendo posta à venda por um preço vil para satisfazer interesses de grandes grupos financeiros nacionais e internacionais e de países como a China, Itália e França, que têm interesse em se apropriar do patrimônio estratégico que representam as empresas do sistema Eletrobras”, avaliou o dirigente sindical.

Procurada, a Eletrobras informou que ainda não tem posicionamento oficial sobre a paralisação dos servidores. Nos últimos dias, o TCU (Tribunal de Contas da União) aprovou a publicação do edital de privatização de seis distribuidoras de energia elétrica da Eletrobras. A intenção do governo é finalizar o processo até 31 de julho, mas uma decisão da 49ª Vara do Trabalho do Rio de Janeiro determinou a suspensão do processo. Segundo a Justiça, a empresa precisa apresentar, no prazo de até 90 dias, um estudo sobre o impacto da privatização nos contratos de trabalho da estatal e das empresas vinculadas a ela.

A decisão pela privatização das distribuidoras foi tomada pela assembleia da Eletrobras em fevereiro. Na ocasião, o governo aprovou a privatização das distribuidoras da Eletrobras pelo valor simbólico de R$ 50 mil por empresa. Na assembleia, também ficou decidido que a Eletrobras vai assumir as dívidas das empresas no valor de R$ 11,2 bilhões de reais. Foi definido que a estatal assumirá os encargos de R$ 8,5 bilhões referentes a créditos e obrigações com a CDE (Conta de Desenvolvimento Energético) e a CCC (Conta de Consumo de Combustíveis ). De acordo com o governo federal, a privatização da Eletrobras vai elevar o nível de eficiência e trazer dinamismo à empresa.

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