De olho no apelo comercial da Páscoa, as 4,6 mil lojas do segmento supermercadista do Rio Grande do Sul já montaram as suas “parreiras” de ovos de chocolate para o domingo temático, tradicionalmente um dos melhores períodos para o segmento no Estado, em termos de faturamento. Ao todo, esses estabelecimentos devem vender cerca de 8,5 milhões de unidades, resultando em um faturamento de R$ 84,5 milhões.
Para conhecer o comportamento dos consumidores e dos supermercadistas gaúchos com relação à efeméride (que neste ano está marcada para o dia 21 de abril), a Agas (Associação Gaúcha de Supermercados) encomendou ao instituto de pesquisas Segmento um estudo, realizado de 25 de fevereiro a 8 de março, com 200 moradores de Porto Alegre, ambos os sexos, todas as faixas de renda e idades entre 18 e 70 anos.
Também foram ouvidos 20 dirigentes de empresas do setor em diferentes regiões do Estado. Pois esse levantamento indica que a expectativa de crescimento nominal de vendas pelos empresários do setor é de 5,2% em relação à Páscoa do ano passado e que os preços estão, em média, 2,7% superiores ao do ano passado.
Conforme o presidente da Agas, Antônio Cesa Longo, a comemoração da Páscoa de 2019 em abril, quando as temperaturas estão mais baixas do que em março, favorecerá o consumo de chocolates: “Aliado ao cenário de maior estabilidade econômica e de possibilidade de retomada de investimentos, isso deverá alavancar as vendas”.
Ele ressalta,ainda, que para os pequenos supermercados – que geralmente não dispõem de climatização – é fundamental uma temperatura mais amena, facilitando a exposição do produto. Barras, tabletes, caixas de bombons e ovos menores deverão se destacar mais uma vez, a exemplo do comportamento registrado na Páscoa do ano passado.
“A simbologia do presente é mais importante que o tamanho do chocolate”, defende o dirigente. “Por isso, os gaúchos deverão adquirir mais itens, mas com menor valor agregado, para agraciarem mais pessoas de seu convívio”.
Conclusões da pesquisa
– 62% dos consumidores vão comprar os produtos de Páscoa preferencialmente em supermercados (o setor mais uma vez lidera o ranking de preferência dos consumidores). Além disso, 94% dos gaúchos não descartam a possibilidade de efetuar em supermercados as compras de Páscoa.
– Os benefícios apontados pelos gaúchos de comprar produtos para a Páscoa em supermercados passam sobretudo pelos seguintes motivos: comodidade de comprar os chocolates junto com outros produtos (40,4%), preço mais baixo (39,4%), variedade de produtos (37,8%) e proximidade de casa/trabalho (25,5%);
– Os gaúchos vão gastar, em média, R$ 206 nas compras de produtos para a Páscoa em supermercados;
– Em relação à intenção de compra comparado com o ano passado, 32% pretendem comprar mais que 2018, metade irá comprar a mesma quantidade (49%) e apenas 19% afirmaram que irão comprar menos que o ano anterior;
– Filhos serão os mais presenteados: 61,5% dos entrevistados afirmaram que irão presentear os filhos, seguido de marido/esposa 38,0%, pais/avós 28% e netos/bisnetos 24,5% no ranking de quem mais será presenteado na data;
– O poder de decisão das crianças é significativo na compra de produtos de Páscoa: 45,0% dos entrevistados apontaram que elas influenciam muito/médio na decisão;
– Compras de última hora: a maioria dos entrevistados pretende realizar as compras de Páscoa na semana que antecede a data (83,5%), sendo que, deste percentual, 34% pretendem comprar no domingo de Páscoa ou na véspera;
– Maioria irá comprar à vista: praticamente sete em cada 10 entrevistados afirmaram que vão comprar à vista (69%) e, destes, 70,3% irão pagar em dinheiro e 29,7% em cartão de débito. Dos 31% que comprarão a prazo, o cartão de crédito se destaca para 79%, seguido do cartão do supermercado, com 19,4%. Longo avalia que os consumidores estão evitando o endividamento;
– Procura por produtos artesanais e light: segundo os dados do Instituto Segmento, 19,5% dos gaúchos vão comprar algum chocolate diet ou light. Outros 20% dos consumidores afirmam que comprarão algum produto de Páscoa artesanal, com destaque para ovos (77,5%) e trufas (40%) entre os compradores dos produtos não industrializados.
(Marcello Campos)
