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Os testes com vacina da Universidade de Oxford dão resultados positivos

A expectativa é grande para conhecer os resultados dos ensaios da fase 1 em humanos. (Foto: Reprodução)

Após o laboratório americano Moderna ter informado que sua vacina produziu uma resposta imunológica “robusta” contra o coronavírus em testes iniciais, outra notícia traz esperanças na batalha do mundo contra a Covid-19. Segundo o canal de televisão britânico ITV, a vacina de Oxford, que é apoiada pelo laboratório AstraZeneca, mostrou resultados positivos em ensaios clínicos iniciais (fase 1) com a geração de anticorpos contra o coronavírus.

Os resultados oficiais dos testes com a vacina devem ser divulgados nesta sexta-feira (17).

Os testes de fase 1 são os estudos de segurança, a fase 2 estuda a dosagem e a fase três serve para provar que a vacina realmente funciona.

Se tudo der certo até a fase 3, a Moderna informa que pode fornecer de 500 a 1 bilhão de doses por ano de sua vacina a partir de 2021.

Testes

De acordo com a OMS, há 163 vacinas sendo testadas contra o coronavírus, sendo que 23 delas estão na fase clínica, que é o teste em humanos. Os números são do balanço da organização com dados até 14 de julho.

As etapas de produção de uma vacina envolvem 3 fases:

Fase 1: avaliação preliminar com poucos voluntários adultos monitorados de perto;

Fase 2: testes em centenas de participantes que indicam informações sobre doses e horários que serão usados na fase 3. Pacientes são escolhidos de forma randomizada (aleatória) e são bem controlados;

Fase 3: ensaio em larga escala (com milhares de indivíduos) que precisa fornecer uma avaliação definitiva da eficácia/segurança e prever eventos adversos; só então há um registro sanitário.

Embora os estudos avancem em todo o planeta, o prazo de 12 a 18 meses para liberação é considerado um recorde. A vacina mais rápida já criada, a da caxumba, levou pelo menos quatro anos para ficar pronta.

Outra hipótese contra a qual todos os pesquisadores lutam é a de que uma vacina efetiva e segura nunca seja encontrada. O vírus do HIV, que causa a Aids, é conhecido há cerca de 30 anos, mas suas constantes mutações nunca permitiram uma vacina.

Registro

A vacina contra a Covid-19, desenvolvida pela Universidade de Oxford, do Reino Unido, e testada no Brasil, poderá ter o registro liberado em junho de 2021, de acordo com Soraia Smaili, reitora da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), em entrevista à GloboNews.

Ao todo, 50 mil pessoas participam dos testes em todo o mundo, 10% delas no Brasil: 2 mil em São Paulo, 2 mil na Bahia e outras 1 mil no Rio de Janeiro. O Centro de Referência para Imunobiológicos Especiais (CRIE) da Unifesp coordena a aplicação da vacina em São Paulo, que começou em junho com voluntários da área da saúde.

“Com a quantidade de pessoas que estão recebendo a vacina no mundo, é possível que tenhamos resultados promissores no início do ano que vem e o registro em junho”, afirma Soraia Smaili, reitora da Unifesp.

A Organização Mundial de Saúde (OMS) classificou a vacina de Oxford como a mais adiantada no mundo e, também, a mais avançada em termos de desenvolvimento. Um dos centros que testa essa vacina é coordenado por uma brasileira, a cientista Daniela Ferreira, doutora pelo Instituto Butantan.

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