Esse texto não é sobre esportes. Fique até o final, aí você vai entender.
Eu sou fã dos esportes. Não que eu seja esportista, nem que acompanhe tudo, mas acredito que poucas coisas têm a capacidade de entreter e unir, na mesma medida em que se vê a superação de desafios e a concretização da evolução pessoal e coletiva acontecerem. O esporte é o que há de fisicamente possível. É humano. E, em tempos de inteligência artificial, há dois elementos que são impossíveis de serem replicados digitalmente: nosso corpo físico e nossas emoções.
Ter dois filhos homens mudou drasticamente a minha visão em relação a esse tema. Eu passei a entender o quão difícil é ser concentrado, articulado, enérgico. Passei a ver o peso da inteligência espacial, mas também da inteligência emocional: o esporte é sobre fazer o seu corpo reagir a estímulos musculares, sim, mas só se mantém quem trabalha a mente e gerencia as emoções. E, se formos pensar bem, talvez praticar um esporte seja uma das mais importantes ferramentas de formação humana. Pensemos sobre isso quando deixarmos de incentivar que joguem bola para decorar fórmulas matemáticas. Ok, ok – nem tanto ao céu, nem tanto à terra. Mas vale a reflexão.
Tudo isso eu introduzi para justificar a minha atual paixão: tô fissurada no Mundial de Clubes da FIFA. Por favor, não riam. Não me julguem. Eu não previa isso. Mas a verdade é que esse campeonato operou um verdadeiro milagre: está fazendo o brasileiro voltar a se apaixonar pelo futebol. Obviamente, não estou falando daqueles torcedores “raiz”, engajados e sempre fieis. Não. Eu estou falando das pessoas como eu e você, que se lembram do futebol a cada quatro anos. E olhe lá, porque já nem vibramos mais com a seleção brasileira como o era antigamente. Pior: a politização da nossa “amarelinha” ainda fez muitos virarem as costas para o nosso time – pasmem – por conta das cores da camisa. Não está sendo fácil ser brasileiro!…
E aí, do nada, eu me peguei torcendo para o Botafogo atropelar o PSG. Vibrei com a virada do Flamengo sobre o Chelsea. Espero ansiosamente para ver o Palmeiras da presidente Leila (que mulher incrível). E eu, que nem parecia gostar desses times antes, agora me pego cantarolando “uma vez Flamengo, sempre Flamengo”. Devo ter batido a cabeça por aí.
Ou não. Talvez eu apenas esteja ansiando para que o Brasil entre em uma nova era. Uma era onde sejamos alegres, sim, mas com maturidade e profissionalismo. Com eficiência. Um Brasil que carregue o peso da responsabilidade de seu povo com consciência, inteligência, dedicação – e que faça da ginga e do sorriso o seu diferencial. A cereja do bolo. Um Brasil que funcione, enfim.
E esse é o ponto exato em que queria chegar: por anos, aceitamos ser o papel da malemolência, da malandragem, da habilidade natural, como se isso fosse suficiente para nos botar em pé de igualdade diante dos demais. Não é. O que parece charmoso no início, depois desaba diante da falta de constância e da ausência de responsabilidade. E isso me leva…ao Lula.
Ah, o Lula. É sério que ele ainda acha que arrasa? Como pode, em pleno 2025, um presidente da República ser tão obtuso e acreditar que ninguém está vendo seus gastos extravagantes (isso é tão anos 70…), suas falas cheias de arrogância (já garantiu que será eleito em 2026, mas ainda não sabemos sequer como resolverá o rombo do INSS em 2025), suas atitudes descaradas (mesmo prometendo que ia tirar o sigilo de informações do governo anterior, foi lá e tacou-lhe sigilo nas informações do seu próprio governo). Temos um mandato que gasta loucamente além do teto e que, incoerentemente, tampouco se esforça pelos mais humildes: dê-lhe aumentar a conta de luz! Enquanto isso, nosso presidente segue passando vergonha internacional (ou melhor, fazendo com que nós passemos vergonha, porque a cara dele é de pau mesmo, sequer ruboriza!), agindo como o grande falastrão que sempre foi. Nenhuma novidade. A minha esperança, porém, é que nós, como povo, tenhamos amadurecido. Que os anos tenham nos mostrado que é possível ser “faceiro” sem ser irresponsável. Que a excelência não decorre apenas de um dom natural, mas de treino, dedicação e respeito aos desafios. Que vencer é possível, mas que exige foco e muito trabalho.
Sim, senhores: para estar entre os melhores do mundo, não adianta apenas “falar da boca pra fora” e gastar milhões em viagens internacionais, enquanto a economia derrete, os preços sobem e o brasileiro empobrece. Porque, no fim das contas, é disso que se trata. O Mundial de Clubes — veja bem — não é só futebol. É um espelho. Um lembrete gritante de que, quando o talento encontra disciplina, quando a alegria se alia ao compromisso, o Brasil brilha. E brilha bonito. Mas quando escolhe viver de discurso, de jeitinho, de improviso… bom, aí sobra vexame. Dentro e fora de campo. Que sirva de lição: o mundo não tem mais espaço pra amadores. Nem no futebol. Nem na política. Nem na vida.
Ali Klemt
@ali.klemt