Durante passagem por Quedas do Iguaçu (PR), o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que teve seu último recurso na segunda instância negado na segunda-feira (26), alegou mais uma vez sua inocência no processo da Operação Lava-Jato. “Ou eu estou louco ou quem me condenou está louco”, disse Lula, ao falar sobre sua condenação, conforme vídeo transmitido pelo PT nas redes sociais. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo e da agência de notícias AFP.
Ele afirmou que está “indignado” com o processo e voltou a apelar para instâncias superiores. “A minha inocência eu já provei, eu quero que eles provem a minha culpa e a única coisa que eu peço é que numa instância superior eles julguem o mérito do processo”, disse.
O pedido de habeas corpus preventivo do petista será julgado pelo STF (Supremo Tribunal Federal) no próximo dia 4. Até lá, Lula não poderá ser preso, conforme liminar concedida pela corte na semana passada. O petista repetiu que quem o condena está com medo de ele ser eleito no primeiro turno das eleições deste ano.
Com a condenação em segunda instância, uma candidatura do ex-presidente pode ser impugnada pela Justiça Eleitoral com base na Lei da Ficha Limpa. O PT pretende registrá-lo como candidato no dia 15 de agosto. “Podem estar certos de uma coisa: eu vou voltar a presidir este país”, declarou Lula.
O petista classificou como “barbárie” e “selvageria” os protestos que enfrenta durante sua caravana pelo Sul do País. Ele não fez nenhuma menção à agressão sofrida por um repórter do jornal O Globo na segunda-feira. O jornalista foi atingido com um soco por um segurança da caravana em Francisco Beltrão (PR).
No discurso, Lula citou casos de agressão que teriam ocorrido contra militantes favoráveis ao petista. “Todo o qualquer protesto se aceita, o que não se aceita é a violência, é as pessoas serem bárbaras no trato de uma questão política”, afirmou.
Disparos
Dois ônibus da caravana do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva pelo Sul do Brasil foram atingidos por disparos nesta terça-feira (27) sem deixar feridos, denunciou a presidente do PT, Gleise Hoffmann.
Um dos três ônibus da comitiva, que transportava jornalistas, foi atingido por dois tiros e o outro, que levava convidados foi alvo de um disparo. Lula e Hoffmann viajavam em um carro, que não foi alvejado no ataque.
“Foi justamente o ônibus em que estava a imprensa que acompanha a caravana” e “outro ônibus dos convidados” os atingidos, informou Hoffmann por telefone à AFP.
O autor dos disparos teve “a intenção de ferir, de matar a quem estava dentro do ônibus”, afirmou.
“Estamos avaliando que isso foi uma tentativa de atingir o presidente Lula. A caravana é de Lula. Houve uma tentativa de homicídio”, afirmou.
O ataque aconteceu entre as cidades de Quedas do Iguaçu e Laranjeiras, no Estado do Paraná. No Twitter, a hashtag #LulapeloBrasil mostrava um ônibus com marca de tiro.
“A nossa caravana está sendo perseguida por grupos fascistas. Já atiraram ovos, pedras. Hoje deram até um tiro no ônibus”, relatou Lula em sua conta no Twitter. “Ninguém foi ferido”, completou, em outro tuíte, o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
“Esperamos que o governo do Estado [do Paraná] e o federal, seja golpista ou não, assuma a responsabilidade”, acrescentou.
Lula encerrará nesta quarta-feira (28), em Curitiba, a caravana de dez dias pelos Estados do Sul, durante a qual sua comitiva foi constantemente hostilizada por adversários políticos.
