Ícone do site Jornal O Sul

Outubro Rosa: Ser mãe é possível mesmo após o câncer de mama

O projeto segue para sanção presidencial. (Foto: Universidade de Melbourne/Divulgação)

O tratamento do câncer de mama pode levar à infertilidade, porém, com o suporte das técnicas de reprodução assistida, pacientes diagnosticadas com o segundo tipo de câncer que mais afeta as mulheres no mundo e no Brasil, conseguem engravidar. A Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida, por meio da oncofertilidade – especialidade médica que surgiu com o objetivo de manter a fertilidade de pacientes com câncer – trabalha em busca de criar uma sobrevida de qualidade para as mulheres que venceram a doença.

De acordo com a presidente da Sociedade Brasileira de Reprodução Assistida (SBRA), Hitomi Nakagawa, é comum e real a preocupação de mulheres diagnosticadas com o câncer de mama que estão em sua idade fértil e desejam engravidar. “Além da remoção cirúrgica da lesão, pode haver necessidade de tratamento complementar com medicamentos bloqueadores da função ovariana, quimioterapia ou radioterapia, que podem adiar a possibilidade de gestação temporária ou definitivamente”. Em casos mais extremos, de mulheres com mutações nos genes associados também a câncer de ovário, pode ser necessário até a retirada dos ovários, o que gera a necessidade de utilizar métodos de reprodução assistida.

A especialista informa que não é seguro engravidar logo após o tratamento do câncer de mama, pois existe uma correlação entre alguns tipos de câncer de mama com os hormônios produzidos pelos ovários, que são elevados durante a gestação. “Quando há a suspeita ou o diagnóstico desse tipo de câncer, evita-se inclusive o uso de substâncias com hormônios como o anticoncepcional, por exemplo. Eventualmente, pode até ser indicado bloquear a produção ovariana de hormônios com medicamentos”, explica a médica.

Sobrevida de qualidade para as futuras mães

Após o tratamento e passado o período crítico de risco de recidiva, ou seja, do retorno do câncer, a mulher corre menos riscos ao engravidar. “Nós realizamos o congelamento de óvulos ou embriões após a cirurgia e antes de um tratamento complementar como a quimioterapia. Em cerca de duas semanas os óvulos são captados e podem permanecer congelados nas clínicas de reprodução assistida até que seja indicada a gestação na mulher”, enaltece Hitomi.

Para se prevenir do câncer de mama, a médica com habilitação em reprodução assistida sugere um padrão de vida saudável, com alimentação equilibrada e adesão aos exercícios físicos e um acompanhamento regular com o ginecologista. “É muito importante que as mulheres realizem exames clínicos e de diagnóstico por imagem, quando indicado, para que não ocorra a detecção tardia com a doença em estágio avançado”, conclui a especialista.

Sair da versão mobile