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Padre afastado manda carta ao papa dizendo que o Vaticano trata homossexuais de forma desumana

Charamsa afirma que Vaticano trata homossexuais de forma "desumana". (Foto: Reprodução)

Em uma carta endereçada ao papa Francisco, o padre polonês que foi expulso de um cargo no Vaticano após revelar sua homossexualidade, classificou como “desumano” o tratamento dado pela Igreja Católica aos homossexuais. De acordo com Krzysztof Charamsa, a Igreja torna a vida de católicos homossexuais um “inferno”.

Na carta, o ex-padre condena a hipocrisia do Vaticano que, segundo ele, está “cheio de homossexuais”. Charamsa acusa a Igreja de perseguir e causar “sofrimento imensurável” aos homossexuais e conta como tomou a decisão de assumir sua orientação publicamente. “Após um período longo e atormentado de oração tomei a decisão de rejeitar publicamente a violência da Igreja para com homossexuais, lésbicas, bissexuais, transexuais e intersexuais.”

O ex-padre afirmou que não conseguia mais suportar o “ódio homofóbico da Igreja, a exclusão, a marginalização e a estigmatização” dos homossexuais que têm “direitos humanos negados” pela instituição. Charamsa agradece ao papa Francisco por sua postura mais branda em relação aos homossexuais, mas afirma que a palavra do pontífice só será eficiente quando a postura do Vaticano for alterada e determinados documentos revogados.

Nesse momento, o ex-padre pede que o papa anule um documento assinado pelo papa Bento XVI em 2005 que proíbe homens com tendências homossexuais de se tornarem padres. Charamsa classificou as declarações do antigo papa como “diabólicas”.

Por fim, o ex-padre critica o Vaticano por pressionar países que legalizaram a união entre pessoas do mesmo sexo e pede que todos cardeais, bispos e padres gays tenham coragem de abandonar essa igreja “insensível, injusta e brutal”. Francisco ainda não respondeu a carta enviada por Charamsa. (AG)

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