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Pagamentos de propinas pelas empreiteiras brasileiras poderiam ser feitos em qualquer país do mundo, menos nos EUA por medo das autoridades locais

A Odebrecht, fechou acordo com as autoridades dos Estados Unidos e da Suíça, e mais recentemente com a República Dominicana. (Foto: Reprodução)

O chefão do Setor de Operações Estruturadas da Odebrecht – o chamado “departamento da propina”, por investigadores da Operação Lava-Jato -, Hilberto Mascarenhas Alves da Silva Filho afirmou que a complexa estrutura de contas secretas usadas pelo grupo para movimentar fortunas de propina e caixa 2 tinha uma regra rígida em relação aos Estados Unidos: não se pagaria valores em bancos norte-americanos.

“Nós decidimos que não faríamos pagamento a ninguém naquele país, porque era um país complicadíssimo, iria interferir nos assuntos, e nós não queríamos a interferência dos Estados Unidos nesses assuntos”, explicou o delator, ao ser ouvido em 6 de março, no TSE (Tribunal Superior Eleitoral), na ação contra a chapa presidencial Dilma Rousseff, presidente, Michel Temer, vice, de 2014.

Em depoimentos prestados ao TSE, o presidente afastado do grupo, Marcelo Bahia Odebrecht, e executivos do setor de propinas desenharam como funcionava o fluxo de caixa da propina e caixa 2 da empresa, as regras para se movimentar dinheiro dentro e fora do Brasil, uma máquina que foi usada pelo PT para bancar e pelos ex-presidentes Luiz Inácio Lula da Silva e Dilma Rousseff para bancar o marqueteiro João Santana – magos das últimas 3 campanhas presidenciais (2006, 2010 e 2014).

Santana e a mulher e sócia, Mônica Moura, mais novos delatores da Lava Jato, são ouvidos  nesta segunda-feira, 24, no TSE, pelo ministro Herman Benjamin, relator do processo.

A Odebrecht, fechou acordo  com as autoridades dos Estados Unidos e da Suíça, e mais recentemente com a República Dominicana. O acordo com a Procuradoria dos Estados Unidos foi homologado no último dia 17, pelo juiz Raymendo Dearie, da Corte do Distrito Leste de Nova York. A Odebrecht acertou devolver US$ 93 milhões aos cofres locais, US$ 116 milhões para a Suíça e US$ 2,3 bilhões ao Brasil.

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