O hábito de pressionar e de ranger os dentes, conhecido como bruxismo, tem sido percebido pelos dentistas com mais frequência em seus pacientes. A maior incidência pode ter explicação pela pandemia de Covid-19, no qual gerou pioras nos níveis de estresse e ansiedade na população.
“O bruxismo não tem uma causa específica, pode se desenvolver por muitos fatores, um deles é a ansiedade. Como a pandemia afetou a todos, com mudanças gerais de comportamentos, o aspecto emocional tende a ser o principal motivo para essa percepção no aumento dos casos”, explicou o dentista e professor de Odontologia da UniRitter, Filipe Garcia.
Segundo Garcia, no consultório onde atende, o número de pacientes com bruxismo subiu significadamente, passando de 40% antes da pandemia para 80% atualmente. Além de prejudicar a saúde bucal, com desgastes e perda da estrutura dentária, o bruxismo também pode causar sintomas de mal-estar, como dores na cabeça e na nuca, cansaço, dificuldade de abrir a boca com incômodo em suas articulações e perturbação no sono.
“Às vezes, o transtorno não é notado porque a ação é inconscientemente e ocorre durante o sono. Mas é importante se fazer atento ao período do dia acordado, pois é o momento no qual se pode perceber o gesto, mesmo ele sendo involuntário. Outra dica é cuidar o surgimento de algum sintoma diferente. Quando a dor de cabeça aparece atrelada a incômodos e estalos na mandíbula, o bruxismo pode ser a causa”, salientou Garcia.