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Papa Francisco alerta para “retrocesso da democracia”

"Jogar plástico no mar é criminoso", declarou Francisco. (Foto: Reprodução)

O papa Francisco considerou neste sábado (4) que há “um retrocesso da democracia” na Europa e no resto do mundo, sobretudo por causa do populismo e da “distância das instituições”.

Francisco falou perante a presidente e o primeiro-ministro da Grécia, Katerina Sakelaropul e Kyriakos Mitsotakis, ao chegar ao país onde nasceu a democracia, como afirmou o papa em seu pronunciamento.

“Não se pode deixar de constatar com preocupação como hoje, não apenas no continente europeu, se registra um retrocesso na democracia”, disse o papa, citado pela agência EFE.

Francisco considerou que “o autoritarismo é expedito [diligente], e as promessas fáceis propostas pelo populismo mostram-se atraentes”.

“Em diversas sociedades, preocupadas com a segurança e anestesiadas pelo consumismo, o cansaço e o mal-estar levam a uma espécie de ceticismo democrático”, afirmou o líder da Igreja Católica e chefe de Estado do Vaticano, que iniciou visita à Grécia depois de ter estado no Chipre.

Para o papa, esse ceticismo em relação à democracia “é provocado pela distância das instituições, pelo temor à perda de identidade e pela burocracia”, e o remédio é “a boa política”.

Francisco apelou para que se passe “do partidarismo à participação”.

Diante de desafios “como a defesa do clima, a pandemia, o mercado comum e as pobrezas generalizadas”, ele insistiu na necessidade de defender o multilateralismo das “excessivas pretensões nacionalistas” e para que as “exigências comuns” se sobreponham “aos interesses privados”.

O papa disse esperar que a resposta “às seduções do autoritarismo” seja “a democracia”, que “à indiferença individualista se oponha o cuidado com o outro”, para que haja “um humanismo renovado”.

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