Jacinto de Thormes, um dos pioneiros do colunismo social. (Foto: Reprodução)
O colunista social Manuel Bernardes Müller, que usava o pseudônimo Jacinto de Thormes, costumava encerrar sua coluna com a frase: “Depois eu conto…”
Os colunistas cariocas Manuel Bernardes Müller, cujo pseudônimo era Jacinto de Thormes, personagem do escritor Eça de Queiroz, e Ibrahim Sued, junto com o paulista Tavares de Miranda, compunham o trio poderoso do advento da crônica social na década de 50. Maneco, lutador de jiu-jítsu, tansportou para o Brasil o colunismo americano da época, mesclando política, temas de economia e artes nos seus comentários a respeito da movimentação social.
Foi uma ótima figura, e teve o reconhecimento na sua ápoca. Estou recordando os primórdios do colunismo social no Brasil, através de Maneco Müller, a quem admirava, e transcrevo uma nota publicada em janeiro de 1956 por ele na Última Hora, do Rio de Janeiro, no dia em que resolveu botar em ordem o que havia na gaveta de sua mesa da Redação. Considero um primor:
“Encontrei imagens de Jerusalém, bandeirolas de Nova Iorque, luvas de Buenos Aires, recortes de Lima, versos de Montevidéu, contas de Paris, telefones de Londres, saudades de Roma, cartões de Zurick, elogios escritos das esplêndidas montanhas do Líbano, cartões da velha Lisboa e respingos de toda parte”. Sem dúvida, foi um cidadão do mundo, e retratou com elegância o seu momento.
