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Papéis indicam como a Odebrecht preparou engenheiro para inquérito

Funcionário deveria recorrer à suposta falta de memória em outro ponto do interrogatório. (Foto: Taba Benedicto/Folhapress)

Um documento apreendido pela PF (Polícia Federal) em escritório do grupo Odebrecht em São Paulo indica como a empresa preparou um engenheiro da empresa, não identificado, com uma lista de respostas a serem dadas a perguntas que poderiam ser feitas pelos investigadores em um inquérito aberto por ordem do STJ (Superior Tribunal de Justiça) como desdobramento da Operação Lava-Jato.

O inquérito em que o homem seria ouvido investiga o atual governador do Rio, Luiz Fernando Pezão, e seu antecessor, Sérgio Cabral, ambos do PMDB. As perguntas indicam que o funcionário, um “líder empresarial da Divisão de Engenharia Industrial” e contratado da Odebrecht desde 1985, poderia ser indagado pela PF sobre as obras realizadas pela empreiteira no Comperj, um complexo petroquímico do Rio de Janeiro construído pela Petrobras. Ao ser questionado sobre o número de licitações das quais a Odebrecht participou para o Comperj, o interrogado deveria responder que “especificamente não se recorda” e que nos últimos cinco anos a empresa recebeu “mais de 500 cartas-convite para participar de obras da Petrobras”. Desse total, apresentou “proposta em cerca de 10% ou 15%, algo como 60 ou 70 propostas, e ganhamos seis”.

O engenheiro deveria recorrer à suposta falta de memória em outro ponto do interrogatório, ao ser abordado sobre eventual desavença com a empreiteira Galvão em uma licitação. “Não. Não me recordo de ter trabalhado com a Galvão em nenhum projeto. Pelo que li no jornal hoje, o Youssef devia estar aplicando algum golpe neles usando o nosso nome, isso sim”, diz o texto. (Folhapress)

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