O ruído gerado pela guinada na comunicação do BC (Banco Central) horas antes da reunião do Copom (Comitê de Política Monetária), que decidiu pela manutenção da taxa de juros, arranhou a credibilidade da instituição, mas não deve se traduzir em enfraquecimento do seu presidente, Alexandre Tombini, no cargo, nem levar a divisões irreparáveis na diretoria da instituição financeira, segundo analistas.
A comunicação pouco usual do presidente da autoridade monetária – ele soltou uma carta dizendo que a forte deterioração das previsões do FMI (Fundo Monetário Internacional) em relação à economia brasileira seria levada em conta pelo Copom – foi mal recebida e encarada como resultado de interferência externa no banco. Até aquele momento, a aposta do mercado era de que a instituição subiria os juros em 0,5 ponto porcentual.
O economista-chefe da Garde Asset Investimentos, Daniel Weeks, considera que o episódio abala a imagem do BC, mas não de seu presidente. “Politicamente, o Tombini está forte, já que fez o que a base de sustentação do governo queria.” (AE)
Para analistas, imagem do Banco Central saiu arranhada com decisão sobre juros, mas seu presidente ganhou politicamente

A aposta do mercado era de que o BC subiria os juros em 0,5 ponto porcentual. (Foto: Antônio Cruz/Abr)