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“Parece a Bolsa de Valores”, diz Lula sobre negociação por votos

O ex-presidente Lula durante evento com movimentos sociais no acampamento dos anti-impeachment (Foto: Diego Padgurschi/Folhapress)

Com o sobe e desce no placar do impeachment, que ora mostra votos suficientes na Câmara para afastar a presidenta Dilma e ora não, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva comparou à barganha de votos com a Bolsa de Valores.

Em discurso no acampamento de movimentos de esquerda neste sábado (16), Lula afirmou que está 24 horas empenhado a conseguir o número suficientes de deputados para barrar o processo. “É uma guerra de sobe e desce. Parece a bolsa de valores. O cara está com a gente uma hora e em outra não está mais, e você precisa conversar 24 horas por dia para não deixá-los conquistar os 342 votos”, disse Lula.

Mesmo com pouca voz, o ex-presidente fez um discurso inflamado, com críticas aos movimentos de direita. “Eu queria dizer que o exemplo que vocês estão dando ao país precisa ser dignificado. Porque é fácil vir fazer um protesto em Brasília e ficar em um hotel, mas é muito difícil ter que ficar 4 ou 5 dias acampado, cozinhando aqui, com condições nem sempre adequadas”, afirmou.

Desde domingo (10), membros do MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra) e do MPA (Movimento dos Pequenos Agricultores) ocupam o estacionamento do ginásio Nilson Nelson, próximo ao estádio Mané Garrincha. Porém, do outro lado do eixo monumento, manifestantes pró-impeachment também montaram seu acampamento. Cerca de 20 barracas ocupam um espaço do Parque da Cidade.

Lula também criticou o vice-presidente Michel Temer, sucessor de Dilma caso ela seja afastada pelo processo de impeachment. “Eu perdi três eleições até chegar a presidência. Ouvia a Marisa [Letícia] dizer que eu não tinha que concorrer mais. Ouvia gente do PT dizer que tinha que trocar de candidato. Se o Temer quer ser candidato, não pode ser através de um golpe. Ele que espere chegar 2018. O PMDB é um partido grande e dará condições. Ele se candidata e vamos para as urnas debater”, destacou.

Por fim, pediu que os manifestantes mantenham a calma e façam um ato pacífico no domingo (17), dia da votação do processo na Câmara. (Folhapress) 

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