A Polícia Civil gaúcha investiga o caso envolvendo a descoberta, na manhã dessa segunda-feira (1º), de parte do tronco de um corpo feminino em mala deixada no setor de guarda-volumes da Estação Rodoviária de Porto Alegre, no Centro Histórico. Dentre as prioridades estão a identificação da vítima pelo Instituto-Geral de Perícias (IGP), bem como do responsável pelo crime.
Pelo que se apurou até agora, o fragmento do cadáver esquertejado estava no ambiente de depósito provisório desde o dia 20 de agosto, quarta-feira. A gravação de uma câmerea de monitoramento mostra, naquela mesma data, um homem deixando a bagagem para que um terceiro indivíduo fizesse a retirada – o que não ocorreu.
Encarregado do caso, o Departamento de Homicídios não descarta a possibilidade de conexão entre o incidente dessa segunda-feira e outro esquartejamento recente: no dia 13 (uma semana antes, portanto), um par de braços femininos foi achado dentro de sacos de lixo em trecho da rua Fagundes Varela, entre os bairros Santo Antônio e Partenon (Zona Leste).
A identidade dessa primeira vítima também depende de exame genético, ainda em andamento pelos técnicos do IGP. Extraoficialmente, porém, já se suspeita que os membros sejam de uma mulher com idade em torno de 50 anos.
Odor motivou desconfiança
A descoberta macabra na Rodoviária da capital gaúcha foi feita por funcionários do guarda-volumes durante a manhã dessa segunda-feira. Em depoimento à Polícia, eles relataram ter sentido um cheiro desagradável que vinha de uma das malas ali depositadas e havia se intensificado no fim de semana, até ficar insuportável.
Atribuindo inicialmente o problema a algum alimento estragado pelo calor dos últimos dias em Porto Alegre, a equipe decidiu acionar o contato indicado na etiqueta, para que se fizesse a retirada da bagagem. Não houve sucesso na tentativa: a solução foi então levar o pertence até a área de descarte de lixo, na área externa da Estação Rodoviária, e romper o cadeado que a mantinha inacessível o interior da mala.
Assim que concluída a abertura do dispositivo, os empregados do setor levaram um susto: dentro havia diversos sacos plásticos pretos envolvendo o que parecia ser um abdômen humano, em adiantado estado de decomposição. Brigada Militar e Polícia Civil foram chamadas e confirmaram, ainda de modo informal, tratar-se mesmo de parte do tronco de uma mulher, aparentemente em idade adulta.
(Marcello Campos)