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Partidos de direita esperam que Bolsonaro tenha um “surto de sanidade” e escolha Tarcísio de Freitas para substituí-lo na chapa ao Palácio do Planalto, em vez de indicar um nome da própria família

Partido decidiu criar três comissões que farão defesa pública do ex-presidente, que é alvo de medidas restritivas. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

Partidos de direita esperam que Jair Bolsonaro tenha um “surto de sanidade” e escolha Tarcísio de Freitas (Republicanos) para substituí-lo ano que vem na chapa ao Palácio do Planalto, em vez de indicar um nome da própria família. A expressão foi falada em entrevista por duas das maiores lideranças que têm influência nas decisões desse grupo político, e se expande nos bastidores.

Para esses interlocutores, apoiar o governador de São Paulo na corrida presidencial seria a única forma de o ex-presidente ter possibilidade de ser beneficiado por um indulto presidencial, caso seja condenado e preso.

A avaliação é que Tarcísio, chegando ao Planalto, teria condições de articular um consenso pelo indulto ao ex-presidente. Isso porque ele reúne apoio de diversos setores políticos, do empresariado e ainda tem bom trânsito com autoridades do Judiciário.

Já se o nome escolhido for alguém da “franquia Bolsonaro”, como o filho 03, Eduardo, a avaliação dessas lideranças políticas é de que seria impossível negociar qualquer pacificação.

Inelegível por decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e réu no Supremo Tribunal Federal (STF) por suposta tentativa de golpe, o ex-presidente terá de transferir seu capital político a um aliado em 2026.

As siglas avaliam que o ideal seria Bolsonaro indicar seu candidato ao Planalto em dezembro, no máximo em janeiro. Até o fim de março, Tarcísio precisaria deixar o cargo de governador para disputar a Presidência, de acordo com a Lei Eleitoral.

O ex-presidente, contudo, já indicou que poderia adotar a mesma estratégia do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em 2018 – o petista estava preso, mas levou a candidatura até agosto, quando foi impugnada pelo TSE

Caso Bolsonaro repita Lula e só indique um substituto em agosto, as lideranças da direita avaliam que a incerteza na eleição será muito grande, o que pode acabar beneficiando o petista, que deve concorrer à reeleição.

Apesar da baixa popularidade do Governo Lula, a direita não desconsidera a possibilidade de o presidente Lula ganhar fôlego e apoio popular. Entretanto, ainda acredita que ele seria derrotado por Tarcísio.

O governador de São Paulo esteve no último domingo, 6, no ato na Avenida Paulista, em São Paulo, a favor da anistia aos condenados pela invasão dos prédios dos três Poderes em 8 de janeiro de 2023. Além de Tarcísio, outros três governadores cotados para a Presidência – Romeu Zema (Novo-MG), Ronaldo Caiado (União-GO) e Ratinho Júnior (PSD-PR) – também marcaram presença para disputar o espólio político de Bolsonaro. As informações são do portal Estadão.

 

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