A Galeria Bublitz, em Porto Alegre, recebe a partir de sábado (27), a exposição “Paulo Amaral: uma seleção de 50 anos de arte”, que homenageia um dos nomes mais importantes das artes visuais do Rio Grande do Sul. A abertura acontece das 11 horas às 13 horas, com entrada gratuita, e a mostra segue até 25 de outubro.
Com curadoria do próprio artista, a exposição reúne 20 obras que percorrem cinco décadas de produção, incluindo pinturas em óleo e acrílica sobre tela, gravuras em serigrafia, aquarelas e desenhos. “São trabalhos reunidos e guardados ao longo de cinquenta anos, que compõem um mosaico dessas técnicas que experimentei, permanecendo em algumas e abandonando outras”, explica Amaral.
Entre os destaques estão obras que fizeram parte de exposições marcantes como “Cidades Mineiras” (MARGS, 1982), “Paris” (Galeria Alencastro Guimarães, 1993) e “Cidades do Leste” (Galeria Marisa Soibelman, 1996). Também integram a mostra peças que circularam em outras coletivas e individuais, algumas delas pertencentes ao acervo pessoal do artista.
As serigrafias de portas e janelas, marca registrada de Amaral, ganham espaço especial na exposição. A obra “Fachada em Rio Grande” (1981), primeira de mais de 100 imagens produzidas com essa técnica, está entre as selecionadas.
A mostra também resgata o engajamento do artista com o Movimento em Defesa do Patrimônio Histórico, nos anos 1970, quando artistas saíam às ruas para pintar prédios ameaçados de demolição. Um exemplo é a obra “Casa à Rua Garibaldi”, que retrata uma janela preservada desses tempos. Outro destaque é a aquarela “Antiga Ponte Pênsil sobre o Mampituba”, que eterniza uma estrutura já desaparecida da paisagem torrense.
“Esta exposição, por sua motivação antológica suscitada pelo Nicholas Bublitz, ficará para mim como uma das mais gratas”, reconhece Amaral.
Nascido em Bagé, em 1950, Paulo Amaral iniciou seus estudos em pintura na Califórnia, em 1967. Formado em engenharia civil, atuou por 30 anos em Porto Alegre, onde também presidiu o Sinduscon-RS. Sua trajetória nas artes inclui mais de 50 exposições individuais no Brasil e no exterior, além de cerca de 150 coletivas. Dirigiu o MARGS em três períodos e presidiu o Instituto Brasileiro de Museus entre 2019 e 2020. Atualmente, dedica-se à pintura, escultura, curadorias e à escrita.
A exposição é uma oportunidade única de conhecer a diversidade técnica e temática de um artista que ajudou a moldar o cenário cultural gaúcho e brasileiro.