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Paulo Guedes disse que tem sido mal interpretado na sua relação com a imprensa

Futuro ministro tem dito a interlocutores que muita informação dada por ele saiu truncada. (Foto: Marcello Casal Jr./Agência Brasil)

Escolhido para ser o superministro da Economia do governo Bolsonaro, Paulo Guedes, decidiu diminuir as declarações públicas à imprensa. Tem dito a interlocutores que tem sido mal interpretado quando fala e, agora, prefere ser mais discreto. Além de aparecer menos, orientou os técnicos da equipe de transição que evitem o contato com a imprensa pelo menos por enquanto.

Guedes tem dito a interlocutores que muita informação dada por ele saiu truncada. Lembrou o dia da vitória de Bolsonaro no segundo turno, quando viu cerca de 50 repórteres que o esperavam. Disse que estava cansado, mas resolveu atender a imprensa por consideração às horas que os jornalistas ficaram de plantão na sua porta. Contou que, enquanto ele explicava as prioridades da próxima gestão, uma repórter perguntava repetidamente sobre Mercosul.Argumenta que pediu paciência para ela, mas  – diante da insistência e seguidas interrupções –  não aguentou e disparou:

” Mercosul não é prioridade.”

A fala ganhou destaque. Ele pondera que estava tentando ser educado com os repórteres que queriam saber das prioridades. E avalia que a frase ganhou uma importância muito maior do que tinha. Ele também tem citado outros casos em que acha que o peso dado a suas palavras foi excessivo.

Um deles foi o que disse na primeira ida a Brasília já como ministro indicado. Ele se reuniu com o atual comandante do Ministério da Fazenda, Eduardo Guardia. Ao sair, foi questionado sobre a possibilidade de aprovação da reforma da Previdência. Durante a resposta, soltou a expressão “prensa neles” para falar sobre o Congresso. Foi o destaque do noticiário.

Ele ponderou a interlocutores que queria somente dizer que o governo tinha de negociar com os congressistas para que votassem a proposta. Reclamou que as pessoas só se lembram da expressão. Isso fez o ministro ficar mais reservado. No entanto, não perde o humor e cai na gargalhada quando um gaiato pergunta de brincadeira:

“E o Mercosul, ministro?!”.

Previdência

A reforma da Previdência defendida pela equipe do presidente eleito, Jair Bolsonaro, prevê portabilidade das contas individuais para aqueles que aderirem ao sistema de capitalização.

Bolsonaro e o futuro ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni, deram declarações na segunda-feira (12) de que trechos da reforma da Previdência dificilmente seriam aprovados neste ano e que a medida deve ficar para 2019 .

O entendimento dentro da equipe de Paulo Guedes, futuro ministro da área econômica, também é o de que uma reforma da Previdência só será defendida e aprovada no próximo ano.

O futuro governo defende que o país implemente o modelo de capitalização para os novos trabalhadores, no qual as pessoas têm contas individuais.

O modelo prevê a permissão para que gestores da iniciativa privada administrem a poupança individual de aposentadoria dos trabalhadores.

Será possível inclusive fazer a portabilidade dos recursos acumulados, segundo integrante da equipe de Bolsonaro.

Esse novo modelo valerá para aqueles que aderirem à carteira verde e amarela, que prevê um regime de trabalho formal mais flexível.

O modelo atual da previdência pública no Brasil é o de repartição, no qual a contribuição dos trabalhadores é usada para pagar as aposentadorias e pensões.

As mudanças, defendidas pela equipe de Guedes, dependem da aprovação pelo Congresso Nacional.

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