O número de pedidos de impeachment contra Michel Temer quase quadriplicou depois de o presidente ter sido alvo de uma gravação com o delator Joesley Batista, dono da JBS/Friboi. Antes, tramitavam na Câmara dos deputados três propostas de impedimento — uma quarta, de 14 de fevereiro deste ano, foi arquivada. Agora já há um total de 11 pedidos, o que representa um crescimento de 266%.
Apenas nas últimas 48h foram protocolados oito processos. Destes, o primeiro foi do deputado federal Alessandro Molon (Rede-RJ). Na denúncia por crime de responsabilidade, Molon afirma que o presidente procedeu de modo “incompatível com a dignidade, a honra e o decoro do cargo”.
Seguiram-se outros sete pedidos de impeachment. Todos pelo mesmo motivo. Na ordem, quem os apresentou foram: deputado JHC (PSB-AL); senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP); deputado Alessandro Molon (Rede-RJ), novamente; deputado João Gualberto Vasconcelos (PSDB-BA); deputado estadual Júnio Alves Araújo (PRP-GO), conhecido como Major Araújo; deputado Diego Garcia (PHS-PR); e Beatriz Vargas, professora de Direito da Universidade de Brasília (UnB).
Das 11 propostas que tramitam atualmente na Câmara, a primeira de todas foi de Raimundo Luiz Araújo, presidente nacional do PSOL, em 28 de novembro do último ano. Naquela época havia outro escândalo: a denúncia feita pelo ex-ministro da Cultura Marcelo Calero de que o então ministro da Secretaria de Governo, Geddel Vieira Lima (PMDB), o pressionou a interferir para liberação de empreendimento imobiliário milionário, cuja construção estava impedida pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional). (AG)
