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Pela primeira vez no ano, volume de crédito caiu

O cartão de crédito foi apontado por 77,9% dos entrevistados como o principal tipo de dívida, seguido dos carnês (Foto: Sebastião Moreira/AE)

Com a recessão econômica e a greve dos bancários, pela primeira vez no ano, o volume de crédito baixou em outubro. Isso em um ambiente de taxas recordes de juros e de leve aumento da inadimplência, movimentos que vêm se renovando mês após mês desde o início de 2015. O nível do calote foi o mais elevado no mês passado desde maio de 2013.

De acordo com dados do BC (Banco Central), o estoque de crédito no País caiu para 3,157 trilhões de reais em outubro, o que representa 54,7% do Produto Interno Bruto. No mês anterior, o volume estava em 3,160 trilhões de reais. Para o economista da Tendências Consultoria Rodrigo Baggi, o esfriamento foi acentuado por conta do comprometimento tanto da oferta como da demanda. “Isso tem feito os volumes caírem em nível maior do que estávamos esperando”, afirmou o economista.

O BC, que projeta expansão de 9% deste mercado, cogita reduzir levemente sua estimativa no mês que vem. Em 12 meses até outubro, o crescimento do crédito no País está em 8,1% e no acumulado dos dez primeiros meses do ano, em 4,6%.
Mesmo com a diminuição da procura por financiamentos, os juros não param de bater marcas inéditas. Em outubro, a taxa média do mercado subiu para 47,9% ao ano, a mais elevada da atual série histórica, iniciada em março de 2011. O consumidor foi o que mais pagou, já que, para pessoa física, a taxa alcançou 64,8% ao ano no mês passado, porcentual também inédito. O movimento ainda é uma consequência da alta promovida pelo BC desde abril de 2013 da taxa básica de juros, Selic, e que estacionou em 14,25% ao ano em julho. (AE)

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