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Bolsonaro desautoriza a sua equipe a dar informações sobre CPMF e Previdência

Bolsonaro cumprimenta apoiadores na saída de seu condomínio . (Foto: Tomaz Silva/Agência Brasil)

O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) escreveu nesta sexta-feira (2), em seu Twitter, que desautoriza as informações de sua equipe para a imprensa. “Desautorizo informações prestadas junto a mídia por qualquer grupo intitulado ‘equipe de Bolsonaro’ especulando sobre os mais variados assuntos, tais como CPMF, previdência, etc”, afirmou. Ele citou diretamente os temas que já foram objeto de divergência entre membros da equipe econômica e seus assessores mais próximos da área política.

Nesta sexta-feira (2), Bolsonaro também se recusou a responder as perguntas da reportagem do jornal Estado de S. Paulo ao embarcar para um passeio de barco com a família pela Restinga da Marambaia, uma área de reserva da Marinha, em Mangaratiba, município do litoral sul do Rio.

Ele estava acompanhado da mulher, Michelle, da filha mais nova e do filho Carlos Bolsonaro, entre outros familiares, amigos e seguranças da Polícia Federal. Foi recebido por oficiais da Marinha, que possui um restaurante de acesso restrito na Reserva. O presidente posou para fotos com eleitores e autorizou o embarque de um cinegrafista de TV em um barco de apoio.

Desde a manhã desta sexta, Bolsonaro e sua equipe dão sinais de que vão restringir os contatos com a imprensa. Ao embarcar, o presidente, que ficou cerca de 5 minutos interagindo com dezenas de pessoas que correram para o deck, ignorou todas as perguntas.

Mais cedo, ao sair de uma reunião na casa de Bolsonaro, o futuro chefe da Casa Civil,Onyx Lorenzoni, se recusou a responder a maior parte das perguntas. Ele informou apenas que havia aprovado os nomes da equipe de transição e confirmou a agenda do novo presidente em Brasília essa semana. Segundo ele, Bolsonaro só voltará a falar na quarta-feira, em Brasília, após encontro com o presidente Michel Temer.

Perguntado se havia sido baixada uma lei do silêncio, Onyx Lorenzoni negou, mas avisou que os contatos com jornalistas serão mais restritos.

Jornais barrados

Na quinta, os jornais impressos foram barrados da primeira coletiva do presidente. Em uma lista regulada por uma policial federal na porta do condomínio, Bolsonaro só permitiu que emissoras de TV (menos a TV Brasil), algumas rádios e dois sites entrassem. Os jornais Estado de S. Paulo, a Folha de S. Paulo, O Globo e as agências internacionais não puderam passar da guarita do condomínio.

Quando jornalistas que participaram da coletiva lhe perguntaram por que alguns veículos tinham sido barrados, Bolsonaro respondeu que “não sei quem marcou isso (coletiva)” e que não mandou restringir ninguém. Desde o episódio da facada, Bolsonaro não tem concedido entrevistas a jornais impressos e privilegiado meios eletrônicos, como emissoras de televisão e rádio.

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