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Pesquisa da Universidade de Pelotas revela que um de cada cinco gaúchos já foi contaminado pelo coronavírus

Equipes aplicam testes rápidos e entrevistas em 4.500 pessoas de nove cidades. (Foto: Daniela Xu/Divulgação)

Realizada de 9 a 12 de abril, a mais recente etapa da pesquisa da Universidade Federal de Pelotas (UFPel) aponta um aumento na proporção de habitantes do Rio Grande do Sul que já foram contaminados pelo coronavírus, com ou sem sintomas. São 2 milhões de gaúchos com anticorpos, para uma população de 11,3 milhões: na prática, o índice é de um para cada cinco indivíduos.

O levantamento anterior (5 a 8 de fevereiro) da Epicovid-19 (Evolução da Prevalência de Infecção por Covid-19) apontou esse contingente em 1,13 milhão, ou uma para cada cinco pessoas. Ou seja: quase o dobro.

Para a coleta das informações, as equipes realizaram 4,5 mil entrevistas e testes de coronavírus em nove cidades gaúchas, conforme critérios de amostragem. Desse total, 4.446 testes foram válidos e 807 tiveram resultado positivo.

Foram 104 deles foram na cidade de Uruguaiana (20,8% do total de testes positivos), 91 em Santa Maria (18,2%) e 90 em Ijuí (18%). Canoas teve 93 positivos (17,7%), Santa Cruz do Sul 88 (17,6%), Porto Alegre e Passo Fundo 87  cada (17,4%), ao passo que Caxias do Sul apresentou 85 (17%) e Pelotas 82 (16,4%).

O estudo incluiu novas análises sobre a cobertura de vacinação entre os participantes da amostra. Do total de 4,5 mil entrevistados, 26,1% receberam a primeira dose de vacina contra o coronavírus, e 13,2% receberam a segunda. As proporções de cobertura vacinal coincidem com a priorização dos grupos mais idosos da população.

A primeira dose do imunizante alcançou 94,3% dos idosos com 80 anos ou mais; 66,5% dos idosos com idades entre 60 a 79 anos; 5,9% das pessoas de 40 a 59 anos e 11% das pessoas de 20 a 39 anos.

Relevância

A pesquisa Epicovid-19 tem por finalidade estimar o percentual de gaúchos infectados pelo coronavírus (até porque ainda ocorre subnotificação de casos por pacientes assintomáticos ou que não procuram os serviços de saúde mesmo com sintomas, por exemplo), avaliar a velocidade de expansão da infecção e fornecer indicadores precisos para subsidiar políticas de enfrentamento da pandemia.

A pesquisa conta com financiamento do Todos Pela Saúde, Banrisul, Instituto Serrapilheira, Unimed Porto Alegre e Instituto Cultural Floresta.

“Este é um estudo de extrema importância para o Estado e para o País, sendo, inclusive, o pioneiro no Brasil”, reiterou o coordenador do Comitê de Dados e secretário de Inovação, Ciência e Tecnologia do Rio Grande do Sul, Luís Lamb. Ele acrescentou:

“O resultado da décima rodada só nos demonstra a necessidade de continuar seguindo as orientações das agências sanitárias: uso da máscara, distanciamento físico, evitar aglomerações e preferir sempre ambientes ventilados”.

(Marcello Campos)

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