A pesquisa Datafolha mostrou que a maioria da população brasileira está ansiosa para a disponibilização da vacina contra o novo coronavírus. Entre os entrevistados, 9 em 10 brasileiros afirmaram que pretendem se vacinar assim que houver essa opção.
De acordo com o levantamento, 89% afirmou que tomaria uma vacina contra a covid-19, 9% disse que não tomaria o imunizante e 3% não souberam opinar. A margem de erros é de dois pontos percentuais.
Recentemente, a OMS afirmou que existe seis vacinas na fase 3 de testes, que é quando o medicamento já é aplicado em humanos. No Brasil, duas iniciativas estão sendo testadas na população. Uma é a iniciativa da Universidade de Oxford e a farmacêutica AstraZeneca em acordo fechado pelo governo federal por meio da Fiocruz e a outra é do laboratório chinês Sinovac, acordo do estado de São Paulo por meio do Instituto Butantan. A pesquisa foi realizada entre os dias 11 e 12 de agosto e ouviu 2.065 adultos em todo o Brasil por telefone.
Vacina russa
As autoridades russas informaram que o país produziu o primeiro lote da vacina contra o novo coronavírus, anunciada no início da semana pelo presidente Vladimir Putin e que o resto do planeta recebeu com ceticismo.
“O primeiro lote da nova vacina contra a covid-19 foi produzido no Centro de Pesquisas Gamaleya”, anunciou o ministério da Saúde da Rússia em um comunicado, citado pelas agências de notícias do país.
O presidente Putin afirmou que uma primeira vacina “bastante eficaz” foi registrada na Rússia pelo Centro de Pesquisas de Epidemiologia e Microbiologia Nikolai Gamaleya, em Moscou, em associação com o ministério russo da Defesa.
Durante o anúncio, Putin também afirmou que uma de suas filhas foi vacinada com a Sputnik V, nome escolhido para o fármaco, em uma referência ao satélite soviético colocado em órbita em 1957, em plena Guerra Fria.
Cientistas ocidentais, no entanto, expressaram ceticismo. Alguns afirmaram que uma vacina desenvolvida de maneira precipitada pode ser perigosa, pois a fase final dos testes (na qual a eficácia é comprovada com milhares de voluntários) começou esta semana.
O diretor do Centro Gamaleya, Alexander Guinstbourg, afirmou à agência TASS que os voluntários que participam na última fase receberiam duas injeções.
O fundo soberano russo envolvido no desenvolvimento da vacina afirmou que a produção industrial começará em setembro e que 20 países já encomendaram mais de um bilhão de doses.
O instituto Gamaleya foi acusado de não respeitar os protocolos habituais com o objetivo de acelerar o processo de fabricação e comercialização da vacina.
Até o momento a Rússia não divulgou um estudo detalhado que permita verificar de maneira independente seus resultados.
Com mais de 917 mil casos oficiais de covid-19 registrados, a Rússia é o quarto país do mundo mais afetado pela pandemia (em número de contágios), atrás dos Estados Unidos, Brasil e Índia.
O novo coronavírus matou mais de 760 mil pessoas em todo o planeta e mais de 21,2 milhões foram infectadas, segundo balanço mais recente da AFP com base em fontes oficiais.
Diante de um vírus que não dá trégua, a esperança passa por uma vacina.
O governo dos Estados Unidos, que investiu mais de 10 bilhões de dólares em seis projetos de vacinas e assinou contratos que garantem a entrega de centenas de milhões de doses em caso de êxito, prometeu vacinar os americanos de maneira gratuita.
