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Pesquisa indica que o pernilongo pode transmitir o vírus zika

Vírus foi encontrado no pernilongo comum. (Foto: Reprodução)

O surto do vírus zika no Brasil pode ter um novo vetor além do mosquito Aedes aegypti, segundo revelação feita ontem por pesquisadores do projeto de vetores da Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em Pernambuco. De acordo com a cientista Constância Ayres, o vírus foi encontrado ativo na glândula salivar e no intestino do mosquito Culex, o pernilongo comum.

“Isso significa que o atual vírus conseguiu escapar de algumas barreiras no mosquito e chegou à glândula salivar”, explicou a pesquisadora durante o workshop “A, B, C, D, E do vírus zika”. Ela apresentou resultados preliminares da investigação que levaram à disseminação do vírus para a glândula salivar do mosquito, por onde aconteceria a transmissão da doença para humanos.

A conclusão se deu após Constância realizar em laboratório três infecções em aproximadamente 200 mosquitos Culex criados em laboratório. No experimento, ela alimentou por sete dias os pernilongos com sangue infectado pelo zika e a conclusão foi que o vírus se manteve ativo. Apesar de parcial, a pesquisa levanta forte hipótese de o Culex também transmitir o vírus da zika.

“Para concluir isso [em definitivo], só falta identificar em campo a espécie de mosquito infectada com o vírus da zika”, ressaltou a bióloga que ingressará com a nova fase da pesquisa, partindo para análise do material de campo que está sendo coletado para chegar a uma conclusão – em seis a oito meses. “Nas casas onde acontecem registros do vírus estão sendo coletados mosquitos das duas espécies. Trazemos esse material para o laboratório e fazemos os testes moleculares para detectar o vírus nessas espécies. Tendo realizada uma grande quantidade de amostras, poderemos ter uma ideia se o Aedes é o vetor exclusivo, se existem outros vetores e qual a importância de cada um na transmissão”, afirmou. (AE)

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