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Pesquisadores brasileiros investigam a relação da falta de vitamina D com complicações durante a internação por coronavírus

A principal fonte de produção da vitamina D se dá por meio da exposição solar. (Foto: Reprodução)

Um estudo que está sendo realizado no hospital Albert Einstein, em São Paulo, busca identificar como a falta de vitamina D pode prolongar o tempo de internação, apresentar complicações e aumentar taxas de mortalidade entre idosos com o vírus da Covid-19. O experimento está em andamento com cerca de 140 pacientes acima de 60 anos que têm analisado seus níveis da vitamina.

Segundo o geriatra Alberto Frisoli, líder da pesquisa e professor da Universidade Federal de São Paulo (Unifesp), é comum que pacientes com mais de 60 anos apresentem deficiência de D e síndrome de fragilidade – caracterizada por sinais como fadiga, perda de peso e fraqueza.

No entanto, não se sabe ainda como isso pode contribuir para complicações em infectados com o vírus Sars-Cov-2. Frisoli explica que o estudo está na fase de coleta de dados. “Basicamente, até o momento, estamos identificando que, entre pacientes graves, o índice de deficiência de vitamina D é muito alto”.

A vitamina D é importante para metabolizar o cálcio e o fósforo no nosso organismo, sendo importante para a saúde dos ossos. Cerca de 80% da necessidade diária pode ser adquirida pela exposição diária ao sol e 20% pela ingestão alimentar.

A falta dessa vitamina pode causar problemas musculoesqueléticos, como raquitismo, osteoporose, e um maior risco em contrair infecções. Até novembro deste ano os pesquisadores pretendem analisar dados de 200 pacientes e observar se sua ausência piora o quadro clínico.

No início de setembro, pesquisadores da Universidade de Chicago, nos Estados Unidos, publicaram um estudo que conseguiu avaliar a relação entre níveis de vitamina D e infecção por Covid-19.

E o resultado — que deve ser tomados com cautela, segundo os próprios autores — indicou que, entre pessoas com deficiência de vitamina D, o percentual de infectados foi maior do que na comparação com aqueles sem essa condição.

A pesquisa realizou testes moleculares (PCR) para Covid-19 em 489 pacientes e analisaram também os níveis de vitamina D de cada participante, que já constavam em um sistema da faculdade de medicina com dados de saúde. Por isso, o estudo é considerado do tipo retrospectivo e observacional — os autores se valeram de dados já registrados, buscando uma conexão entre eles.

Do total de pacientes incluídos no estudo, 71 (15%) testaram positivo para Covid-19. Entre os participantes considerados deficientes para vitamina D, 19% (32 participantes) testaram positivo, enquanto no grupo sem deficiência, o percentual foi de 12% (39).

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