Com a participação de dois senadores do PT, onze congressistas divulgaram manifesto nesta quarta-feira (20) para anunciar que vão votar contra as duas medidas provisórias do ajuste fiscal que tramitam no Senado Federal.
Os senadores prometem derrubar a MP que muda regras do abono salarial e no seguro-desemprego, além de aprovar outra medida com mudanças no chamado fator previdenciário.
As duas MPs reúnem as medidas de ajuste fiscal elaboradas pela equipe econômica do governo. A MP 665, que será analisada nesta quarta pelo Senado, traz como principal medida o aumento do tempo de trabalho para que a pessoa requeira pela primeira vez o seguro-desemprego: de seis para 12 meses. O governo queria originalmente 18 meses, mas foi obrigado a recuar.
A MP também endurece a regra para concessão do abono salarial. Até então, a exigência do tempo mínimo trabalhado para ter acesso ao benefício era de um mês. O governo queria ampliar para seis, mas o Congresso reduziu para três.
“Vários senadores que assinam o manifesto apoiaram a campanha da presidente Dilma Rousseff. Para esse governo dar certo, tem que mudar o rumo da política econômica. Não há nenhuma medida que taxe os mais ricos. É o ajuste que está sendo feito é em cima dos trabalhadores”, atacou o senador Lindbergh Farias (PT-RJ).
Lindbergh e Paulo Paim (PT-RS) assinam o manifesto e vão votar contra a MP 665. Apesar de serem do partido de Dilma, os dois fizeram duros ataques à equipe econômica e ao ministro Joaquim Levy (Fazenda). O PT tem como bandeira histórica a defesa de direitos dos trabalhadores e a defesa do fim do fator previdenciário.
“Não estamos contra a presidente Dilma, mas contra a política econômica do governo que vai na contramão de tudo o que sempre defendemos”, disse Paim.
Também assinam o manifesto senadores de partidos aliados da presidente como o PMDB, PDT, PRB, PSD. O PSB, que se declarou “independente”, aderiu ao protesto. (Folha)