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Philips anuncia prejuízo bilionário e corte de 4 mil postos de trabalho

Companhia emprega quase 80 mil funcionários ao redor do mundo. (Foto: Getty Images)

O novo presidente-executivo da Philips, Roy Jakobs, anunciou nesta segunda-feira (24) cortes de cerca de 4 mil empregos após queda nas vendas da empresa e um recall maciço que reduziu cerca de 70% do valor de mercado da fabricante holandesa de equipamentos médicos no ano passado.

“Já tivemos cinco trimestres de queda nas vendas, queda no lucro e agora… (no terceiro trimestre) também nos tornamos deficitários”, disse Jakobs, que está há apenas uma semana no cargo.

Ele descreveu as demissões, que se concentrarão nos Estados Unidos e na Holanda e afetarão principalmente as linhas de negócios com queda nas vendas, como “infelizes, mas necessárias”.

Jakobs disse que a empresa está vendo a demanda desacelerando rapidamente na China e em menor grau na Europa Ocidental devido à inflação, com a América do Norte “ainda se mantendo forte”.

Os cortes representam pouco mais de 5% da força de trabalho da empresa, com base no total de 78 mil funcionários no ano passado. A Philips disse que espera que a reorganização custe cerca de 300 milhões de euros nos próximos trimestres.

A empresa reportou um prejuízo líquido de 1,3 bilhão de euros no terceiro trimestre devido a uma redução no valor da divisão de produtos voltados a cuidados respiratórios, que fabrica as máquinas que foram alvo do recall.

As vendas comparáveis ​​caíram 6%, para 4,3 bilhões de euros, entre julho e setembro. A Philips afirmou que os problemas da cadeia de suprimentos foram piores do que o previsto e continuarão a pesar sobre as vendas nos últimos meses de 2022.

Jakobs disse que suas principais prioridades são reparar a reputação da empresa, garantindo que o recall seja concluído o mais rápido possível e resolvendo os problemas da cadeia de suprimentos.

A Philips perdeu cerca de 30 bilhões de euros em seu valor de mercado desde que chocou os investidores em junho do ano passado ao fazer o recall de 5,5 milhões de ventiladores usados ​​para tratar apneia do sono, devido a preocupações de que a espuma usada nas máquinas possa se tornar tóxica.

Brasil

A Philips do Brasil é uma subsidiária da Royal Philips Electronics dos Países Baixos e atua no país há 83 anos. A subsidiária brasileira também atua com a marca Walita, que é a divisão da Philips para produtos eletroportáteis, tais como liquidificadores, batedeiras, espremedores de frutas, etc.

Em 2018 uma investigação da Polícia Federal do Brasil revelou que entidades da empresa relacionadas aos produtos médicos participavam, durante o período de 1996 a 2017, de um esquema batizado de “clube do pregão internacional” incluindo outras empresas, com o objetivo de acumular vantagens ilícitas através do pagamento de propinas à classe política fluminense condenada no País.

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