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Pivô da Operação Lava-Jato, doleiro Alberto Youssef publicará um livro

Segundo pessoas próximas a Youssef, ele deve iniciar a narrativa contando a primeira vez em que foi detido pela polícia, ainda adolescente (Foto: Rodolfo Buhrer/Folhapress)

O doleiro Alberto Youssef, segundo delator da Operação Lava-Jato, está escrevendo uma biografia com previsão de lançamento para 2017. Preso desde março de 2014, quando foi deflagrada a primeira fase da investigação, ele irá para prisão domiciliar em 17 de novembro, e depois de quatro meses estará livre, após longo período encarcerado na sede da Polícia Federal do Paraná, em Curitiba.

Segundo pessoas próximas a Youssef, ele deve iniciar a narrativa contando a primeira vez em que foi detido pela polícia, ainda adolescente. Na época, trabalhava para uma quadrilha de contrabandistas de eletroeletrônicos que atuava na divisa do Paraná com o Paraguai. A sua função era atuar como olheiro e avisar os demais integrantes do bando caso os policiais chegassem. No entanto, foi detido antes de cumprir a missão.

A tentativa frustrada do primeiro crime não fez Youssef desistir da vida de contraventor que relatará na obra, enumerando outras investigações em que esteve envolvido, como a do Banestado, que mirou um grupo de doleiros que operava contas no então banco paranaense para movimentar dinheiro junto a paraísos fiscais.

O caso também foi conduzido pelo juiz Sérgio Moro, responsável pela Lava-Jato. Na época, Youssef fez acordo de colaboração premiada e contou com a assistência do advogado Figueiredo Basto, o mesmo que o atende hoje.

O clímax da obra, contudo, promete ficar por conta da Lava-Jato, que veio à tona 11 anos depois. Pessoas que estão em contato com o doleiro relatam que ele pretende revelar com quem dividiu cela, diálogos que teve com os demais presos e episódios que passou na carceragem.

Entre os personagens que aparecerão está Marcelo Odebrecht, ex-presidente e herdeiro da Odebrecht, que fica na ala de Youssef e toma banho de sol no mesmo horário. Os dois se aproximaram porque Odebrecht passou a frequentar a cela de Youssef – a única com permissão para ter aparelho de TV – para assistir a noticiários.

Apesar de preso, o doleiro vem trabalhando no livro. Ele está relatando os episódios a um jornalista, que irá compilar e redigir o material. A editora também já foi definida, segundo seus representantes. (Folhapress)

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