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Planalto manda o ministro da Educação entregar fundo bilionário ao Centrão nos próximos dias

Ato de Weintraub anula decisão que obrigava federais a ter plano para “inclusão de negros, indígenas e pessoas com deficiência” em mestrado e doutorado. (Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil)

O ministro da Educação, Abraham Weintraub, tentou emplacar uma moeda de troca com o Planalto para liberar a entrega do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) ao Progressistas (PP).

Weintraub queria a criação de um conselho com a participação da Casa Civil no MEC (Ministério da Educação), para dividir a responsabilidade do fundo, mas o Planalto, segundo líderes do centrão, não topou: mandou entregar o fundo ao centrão nos próximos dias.

Nesta segunda-feira (18), em publicação feita no “Diário Oficial”, o governo já liberou uma diretoria ao PL. O PP aguarda o comando do fundo. A negociação faz parte da articulação do governo por apoio do bloco partidário ao presidente Jair Bolsonaro.

Mas o ministro Weintraub faz parte da ala ideológica do governo, que faz discurso contra o fisiologismo e a chamada “velha política”. Por isso, tentou vetar a indicação ao Centrão – mas foi desautorizado pelo Planalto – que contradisse o discurso de Bolsonaro durante a campanha e fez o toma lá da cá em troca de apoio político.

A expectativa do Centrão é que o comando do fundo seja entregue nos próximos 10 dias. O nome do indicado do PP para o fundo já está com o Planalto. O fundo é alvo de cobiça de políticos por ser um órgão com orçamento bilionário, e com capilaridade nos municípios do país. Entre suas atribuições, está a de patrocinar a construção e reformas de escolas e quadras, a compra de material didático e de veículos de transporte escolar.

O fundo está sob o guarda-chuva do MEC, e Weintraub, com a troca, ficará esvaziado sem o poder de comandar o fundo bilionário. Além do fundo, cargos importantes em ministérios como a Saúde estão em negociação. Com a entrega de cargos, partidos do Centrão disseram que, hoje, a chance é “pequena” de impeachment do presidente Bolsonaro.

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