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Polícia cubana impediu dissidentes de cumprimentar o papa

Guarda do Vaticano afastou jovem que se aproximou de Francisco e o entregou a agentes. (Foto: Enric Marti/AP)

Os dissidentes cubanos novamente viram um papa passar por Havana (Cuba) em brancas nuvens. Francisco não os mencionou em seus discursos e não tentou se reunir com eles, e nem sequer prosperou a tímida iniciativa do núncio do Vaticano na ilha, Giorgio Lingua, para que duas veteranas opositoras ao regime dos irmãos Castro, a economista Martha Beatriz Torre e a jornalista Miriam Leiva, pudessem cumprimentar rapidamente Jorge Mario Bergoglio na catedral.

Em duas ocasiões, no sábado e domingo, a polícia cubana deteve as ativistas quando elas tentavam se aproximar da comitiva papal. Da mesma forma, um jovem dissidente que conseguiu chegar perto do papamóvel e dirigir algumas palavras ao pontífice, na Praça da Revolução, foi afastado com contundência por agentes da guarda vaticana e da polícia.

Pela tarde, o porta-voz do Vaticano, Federico Lombardi, admitiu que o papa Francisco não havia buscado manter uma reunião formal com os grupos dissidentes, mas que houve, de fato, uma iniciativa da nunciatura (embaixada do Vaticano) para que ele pudesse cumprimentar “de passagem” opositores. Os contatos informais precisariam ter ocorrido no sábado, na sede da nunciatura, onde o pontífice se hospedou, ou no domingo, durante um ato na catedral. A polícia cubana, no entanto, bloqueou ambas as tentativas.

Registro

O canal de televisão Univisión conseguiu registrar quando um ativista conseguiu se aproximar do papamóvel. Após um primeiro momento em que o papa escuta o jovem e põe uma mão em sua cabeça, o chefe da guarda do Vaticano o agarra pelo pescoço, afasta-o do carro e o entrega a agentes De Cuba, o papa segue aos Estados Unidos, onde deve chegar nesta terça-feira. (El País)

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