Em nova fase da Operação Zelotes, a PF (Polícia Federal) cumpriu na quinta-feira, com a Receita Federal, o MPF (Ministério Público Federal) e a Corregedoria do Ministério da Fazenda, mandados de busca e apreensão em nove escritórios de contabilidade no Distrito Federal, em São Paulo e no Rio Grande do Sul.
Deflagrada em março, a operação investiga suspeitas de manipulação de julgamentos no Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais). Segundo a Receita, os escritórios alvos da nova fase prestam serviços a empresas já investigadas.
Após análise do material apreendido na primeira etapa da operação, os investigadores identificaram discrepâncias entre os valores efetivamente movimentados pelos suspeitos e os declarados ao Fisco. Agora, esperam ter acesso a informações que possam comprovar o envolvimento de 12 empresas e 11 pessoas físicas no esquema fraudulento que lesou os cofres públicos em mais de 6 bilhões de reais. A fraude, no entanto, pode chegar a 19 bilhões de reais.
Segundo a força-tarefa, os investigados utilizavam empresas de fachada para dissimular ações fraudulentas. O dinheiro depois retornava em forma de patrimônio para as companhias. Além dos mandados de busca e apreensão, a Justiça autorizou a quebra de sigilo fiscal, bancário e telemático de todo o material apreendido.
O inquérito referente ao Carf foi instaurado em 2014. Ao todo, os investigadores analisam cerca de 70 julgamentos realizados pelo tribunal administrativo de 2005 a 2013. As suspeitas são de que ex-conselheiros, servidores públicos e empresas de consultoria montaram um esquema para negociar o resultado desses julgamentos e ter os débitos anulados ou reduzidos pelo órgão.