A Polícia Federal (PF) abriu um Processo Administrativo Disciplinar (PAD) contra o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP), que ocupa o cargo de escrivão concursado da corporação. O objetivo do procedimento é apurar a atuação do parlamentar nos Estados Unidos, onde ele teria incentivado a imposição de tarifas comerciais contra o Brasil.
O processo, que tramita sob sigilo, foi instaurado na semana passada, de acordo com informações divulgadas pela TV Globo. Este é o segundo procedimento aberto pela corregedoria da PF envolvendo o nome de Eduardo Bolsonaro.
Em fevereiro deste ano, a Polícia Federal já havia instaurado outro processo disciplinar contra o deputado. Naquela ocasião, o procedimento teve como foco a apuração de ameaças feitas por Eduardo Bolsonaro durante um discurso na tribuna da Câmara dos Deputados. As ameaças foram direcionadas ao delegado da PF Fábio Shor, responsável por assinar a conclusão do inquérito que investigou uma tentativa de golpe de Estado.
O novo PAD foi aberto com base em uma representação apresentada em julho pelo deputado federal Guilherme Boulos (PSOL-SP). No documento, Boulos solicitou a exoneração imediata de Eduardo Bolsonaro dos quadros da Polícia Federal. Entre os argumentos apresentados, está a acusação de que o deputado teria causado prejuízos aos cofres públicos ao incentivar autoridades norte-americanas a impor tarifas contra produtos brasileiros.
A abertura do processo disciplinar foi divulgada por Guilherme Boulos nas redes sociais. Em publicação no Instagram, o parlamentar comentou sobre o andamento da representação e afirmou que a medida representa um avanço no processo movido contra o deputado do PL-SP.
“GRANDE NOTÍCIA! A Polícia Federal aceitou nossa representação e abriu processo para demitir Eduardo Bolsonaro do cargo de escrivão por traição à pátria. Eles blindam de um lado, a gente vai pra cima de outro!”, escreveu Boulos no Instagram.
No mês anterior à abertura do novo PAD, a Polícia Federal havia indiciado Eduardo Bolsonaro e o ex-presidente Jair Bolsonaro por coação no curso do processo relacionado à tentativa de golpe de Estado. A investigação concluiu que ambos teriam atuado com o objetivo de influenciar ou intimidar autoridades envolvidas na apuração e julgamento do caso.
Segundo a PF, foram identificados indícios de que o ex-presidente Jair Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro tentaram interferir no andamento da ação penal referente aos acontecimentos de 8 de janeiro de 2023. Nessa ação, o ex-presidente foi condenado. As investigações continuam em andamento, e os desdobramentos do caso seguem sob responsabilidade da Justiça e dos órgãos competentes. (Com informações do Valor Econômico)