A PF (Polícia Federal) realizou nesta terça-feira (30) buscas em oito endereços ligados a um grupo de fazendeiros que é suspeito de fraudes no Pronaf (Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar). A ação foi chamada de operação “Coró” e teve mandados cumpridos em Palmas, Goiatins, Itaporã do Tocantins e também em Campos Lindos, onde as lideranças do grupo estariam baseadas. Todos os municípios estão localizados no Estado do Tocantins.
O benefício do Pronaf é voltado para pequenos agricultores e deve ser utilizado para financiar modernizações ou ampliações para produtores que não têm condições de fazer os investimentos por conta própria.
Ao invés disso, a PF acredita que os fazendeiros investigados conseguiram montar um esquema para desviar os recursos. Eles teriam conseguido se apropriar de aproximadamente R$ 10 milhões com a fraude, apenas entre os anos de 2013 e 2019.
Para sustentar a farsa, o grupo realizaria a emissão de declarações falsas que colocavam terceiros como aptos a participares do programa. Quando eles obtinham os empréstimos, os valores dos financiamentos eram transferidos aos fazendeiros.
A PF não divulgou quantos fazendeiros estão sendo investigados e nem os nomes dos alvos da operação. O nome “Coró” é uma alusão a uma larva de solo que causa danos irreparáveis em plantações de milho.
Segundo nota divulgada pela Polícia Federal, os investigados poderão responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de obtenção de financiamento mediante fraude, aplicação indevida de recursos obtidos através de financiamento bancário, associação criminosa e lavagem de dinheiro.
A corporação disse ainda que por causa da pandemia de covid-19 adotou uma logística especial no cumprimento da operação e que distribuiu equipamentos de proteção a todos os envolvidos.
Fraudes contra a Caixa
Em outra investida, no Estado de Santa Catarina, a Polícia Federal deflagrou nesta terça-feira (30) a Operação Quatro Passaggeri, com o objetivo de desarticular grupo criminoso que praticava estelionatos e outras fraudes contra a Caixa Econômica Federal, a partir da adulteração de cheques em favor de terceiros.
Cerca de 20 policiais federais foram mobilizados para o cumprimento de quatro mandados de busca e apreensão em imóveis localizados nos estados de Santa Catarina (Jaraguá do Sul e Balneário Camboriú), Goiás (Goiânia) e Mato Grosso (Várzea Grande). As medidas judiciais buscavam a colheita de provas das condutas dos autores das fraudes, bem como a apreensão de bens e documentos que possam estar sendo utilizados para a execução das condutas criminosas.
As investigações tiveram início em 2019, quando os falsários obtiveram êxito em sacar mais R$ 78 mil de um cheque emitido inicialmente com o valor de face de R$ 751, na agência da Caixa Econômica Federal de Lages. Constatou-se que o grupo conseguiu aplicar golpes de forma semelhante na região de Balneário Camboriú e em outros estados da federação.
Os criminosos obtinham e adulteravam cheques autênticos emitidos por empresas e condomínios residenciais, por meio de sofisticado arranjo fraudulento, lesando as empresas e o banco sacado.
Estima-se que as fraudes identificadas na investigação tenham ultrapassado o prejuízo de 200 mil reais aos cofres da empresa pública federal. As informações são do portal de notícias G1 e da PF.