A PF (Polícia Federal) deflagrou, na sexta-feira, a Operação Fair Play em Pernambuco e mais quatro Estados – Rio de Janeiro, São Paulo, Minas Gerais e Bahia – e no Distrito Federal. A ação tem o objetivo de investigar fraude na concorrência internacional e apurar superfaturamento na construção da Arena Pernambuco, construída na cidade de São Lourenço da Mata, na Região Metropolitana do Recife, e no contrato de concessão entre o Estado de Pernambuco e o grupo controlador da arena.
O custo do estádio nunca foi confirmado, mas é calculado em mais de 700 milhões de reais. As autoridades estimam em 42,8 milhões de reais o valor de superfaturamento da obra, que atualizado pode chegar a 70 milhões de reais. Por enquanto, o único crime comprovado é o de fraude na licitação.
Na operação, agentes da PF apreenderam documentos contábeis e técnicos de engenharia na sede do Comitê de Gestão de Parcerias Público-Privadas do governo de Pernambuco e na sede da construtora Odebrecht em várias cidades.
Conforme o superintendente da PF, Marcello Diniz, o edital de licitação da obra foi direcionado para que a empreiteira saísse vencedora. “As informações que temos indicam que houve frustração no caráter competitivo.”
Segundo o coordenador da ação, delegado Felipe Barros Leal, a construtora foi procurada para fazer o projeto do estádio um ano antes de sair a licitação. Quando o edital saiu, as concorrentes tiveram apenas 45 dias para elaborar uma proposta. Ele explicou que as buscas em outras cidades têm caráter apenas informativo. “As arenas nesses locais foram construídas sob condições semelhantes e na mesma época. Vamos comparar com os custos da Arena Pernambuco”, afirmou.
(AG)
