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Polícia Federal aperta o cerco com a empreiteira Odebrecht

Paulo Roberto Costa confessou ter recebido 23 milhões de dólares em propina da Odebrecht, entre 2008 e 2009, por meio de uma conta aberta na Suíça. FOTO: Alan Marques/Folha Imagem

A PF (Polícia Federal) notificou a empreiteira Norberto Odebrecht a se manifestar sobre o suposto envolvimento de seus executivos em crimes como corrupção, cartel e sobrepreço em contratos da Petrobras, denunciados pela Operação Lava-Jato. A construtora – líder de mercado no setor – foi citada na investigação sobre esquema de propinas pagas a ex-dirigentes da estatal petrolífera, políticos e partidos (PT, PMDB e PP) cujo valor ia de 1% a 3% sobre contratos de licitações fraudadas.
A iniciativa da PF decorreu de uma petição da própria defesa da Odebrecht, encaminhada à Justiça. Nesse documento, a empreiteira questionou o fato de não ter sido ouvida no procedimento inicial da PF.
No ofício à empreiteira, o delegado Eduardo Mauat, que integra a força tarefa da Lava-Jato, questionou: “Participou o Grupo Odebrecht ou quaisquer de seus dirigentes ou executivos de reuniões visando o pagamento de vantagens indevidas a agentes públicos ou executivos de empresas estatais?”.
O delegado encaminhou à Odebrecht um rol de seis perguntas. É a primeira vez que a maior empreiteira do País é intimada pela Lava-Jato para dizer se teve ligação com o esquema de corrupção na Petrobras.
O delegado indagou, ainda. “Houve qualquer tratamento privilegiado perante a administração pública, ou se foram procurados, instados ou compelidos a aderir a quaisquer condutas anteriormente nominadas?”
A intimação foi assinada por Mauat no dia 11 deste mês. O delegado solicitou que a Odebrecht se manifeste em cinco dias. As respostas ainda não foram anexadas ao inquérito.

 

A Odebrecht é considerada a principal companhia do cartel de 16 empreiteiras sob suspeita de corrupção nos contratos da Petrobras, a partir de 2004.
O primeiro delator dos processos da Lava-Jato, o ex-diretor de Abastecimento Paulo Roberto Costa, confessou ter recebido 23 milhões de dólares da Odebrecht, de 2008 a 2009, por meio de uma conta aberta na Suíça.

A Odebrecht informou que recebeu a intimação e que ainda está no prazo para responder. (AE)

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