A PF (Polícia Federal) deflagrou na manhã desta segunda-feira (26) mais uma fase da Operação Zelotes, que investiga um esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf (Conselho Administrativo de Recursos Fiscais), vinculado ao Ministério da Fazenda. São cumpridos 33 mandados judiciais – seis de prisão preventiva, 18 de busca e apreensão e nove de condução coercitiva em Brasília, São Paulo, no Piauí e no Maranhão. Agentes realizaram busca e apreensão na empresa LFT Marketing Esportivo, que pertence a Luís Claudio Lula da Silva, filho do ex-presidente Lula, na capital paulista.
Segundo as investigações, a empresa tem ligação com a consultoria Marcondes e Mautone, investigada na Zelotes. Entre os presos nesta fase está Alexandre Paes dos Santos, apontado como lobista que intermediava contatos entre empresas e conselheiros do Carf. A etapa desta segunda mira um grupo de empresas que, além de tentar interferir nos julgamentos do conselho, atuava negociando incentivos fiscais para o setor automotivo. A investigação indica suspeitas de tráfico de influência, extorsão e corrupção de agentes públicos, com o objetivo de aprovar alterações na legislação benéficas a essas empresas.
Esquema
A primeira etapa da operação foi deflagrada em março e desarticulou um esquema de pagamento de propina a integrantes do Carf, responsável por julgar recursos de multas aplicadas pela Receita Federal. Em troca de suborno, conselheiros votavam em favor da redução e, em alguns casos, do perdão das multas das empresas que os corrompiam.
A operação investiga processos que somam 19 bilhões de reais. Segundo a Polícia Federal, esse é um dos maiores esquemas de sonegação fiscal já descobertos. Suspeita-se que três quadrilhas operavam dentro do colegiado, causando um prejuízo de pelo menos 6 bilhões de reais aos cofres públicos. (Folhapress)