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Polícia Federal segue com investigações sobre o caso da cocaína encontrada em avião da comitiva presidencial

Sargento Manoel Silva Rodrigues: militar foi preso com 37 kg de cocaína na Espanha. (Foto: Reprodução)

A PF (Polícia Federal) deflagrou nesta quarta-feira a 3ª fase da Operação Quinta Coluna, com o objetivo de aprofundar as investigações sobre o bando que usou aviões da FAB (Força Aérea Brasileira) – o famoso caso da mala de cocaína na comitiva do presidente Jair Bolsonaro – para mandar drogas à Europa.

três mandados de busca e apreensão, no Distrito Federal, em uma operação contra tráfico de drogas em aviões da Força Aérea Brasileira (FAB).

Segundo informações da TV Globo, um dos alvos da operação foi preso em flagrante por posse de drogas. Na casa dele, os agentes encontraram, além dos entorpecentes, uma balança de precisão e R$ 80 mil. O homem, que não é militar, foi levado para a superintendência da Polícia Federal em Brasília

Esta foi a terceira etapa da operação Quinta Coluna. As investigações tiveram início após a prisão de um sargento brasileiro na Espanha, com 37 quilos de cocaína (relembre abaixo). Segundo a PF, a ação apura a atuação de associação criminosa formada para remeter drogas para a Europa a partir de aeronaves militares.

Ainda de acordo com a PF, “as medidas judiciais buscam novas provas em torno do núcleo responsável por recrutar ‘mulas’ para realizar o tráfico de internacional de drogas nos aviões da FAB”. A corporação não divulgou as identidades dos alvos da ação.

Fases anteriores

Um suposto esquema de envio de entorpecentes por meio de aviões militares veio à tona após a prisão do sargento brasileiro Manoel Silva Rodrigues, em junho de 2019, em Sevilha, na Espanha. Ele transportava a droga em voo da comitiva presidencial. O presidente Jair Bolsonaro (sem partido), não estava na aeronave.

Em fevereiro deste ano, a PF deflagrou a primeira fase da operação Quinta Coluna. Além do uso de aeronaves militares para o tráfico, os investigadores apuram um esquema de lavagem de dinheiro. À época, foram cumpridos 15 mandados de busca e apreensão.

Um mês depois, a Justiça determinou a prisão de outros três militares e da esposa de Manoel Silva Rodrigues, por participação nos crimes.

Segundo a Polícia Federal, os outros suspeitos se associaram ao sargento preso na Espanha, “de forma estável e permanente, para a prática do crime de tráfico ilícito de drogas”.

Em relação à lavagem de dinheiro, as investigações apontam “diversas estratégias do grupo criminoso” para ocultar os bens obtidos por meio do tráfico de drogas, “especialmente a aquisição de veículos e imóveis com pagamentos de altos valores em espécie”, disse a PF.

Condenação na Espanha

Em fevereiro do ano passado, o sargento Manoel Silva Rodrigues foi condenado pela Justiça espanhola a seis anos e um dia de prisão, além do pagamento de multa de 2 milhões de euros.

Ele fez um acordo com a promotoria da Espanha e, às autoridades, contou que “se aproveitou da condição de militar” para cometer o crime.

O sargento disse ainda que deixaria a droga em um centro comercial de Sevilha. Rodrigues afirmou que foi a primeira vez que transportou drogas, mas admitiu que costumava revender no Brasil produtos comprados durante as viagens a trabalho, segundo ele, para complementar o baixo salário.

Os promotores espanhóis queriam uma pena maior para o sargento, de oito anos, mas concordaram em reduzir esse tempo porque Manoel Silva Rodrigues confessou o crime. Durante a audiência, ele falou pouco. O militar da FAB lamentou a situação e pediu desculpas ao povo espanhol.

Em setembro do ano passado, a Justiça da Espanha negou um pedido de transferência do militar. Com a decisão, ele precisa cumprir a pena integralmente no país europeu. As informações são do portal de notícias G1.

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