Ícone do site Jornal O Sul

Políticos, técnicos e militares disputam o comando do setor de energia no governo Bolsonaro

"Ministério que mais pedem é o da Minas e Energia, não sei por quê", disse o presidente. (Foto: Arquivo/Agência Brasil)

O mercado de energia vive momentos de dúvida e disputa sobre qual será a abordagem dada pelo governo de Jair Bolsonaro (PSL), eleito no domingo (28), para o setor.

Além da divisão entre técnicos, representados pelo futuro ministro da Economia, Paulo Guedes, e os militares, que veem a energia como um setor estratégico e de interesse nacional, há rachas mesmo dentro desses grupos.

Parte dos analistas defende um nome que agrade o Centrão do Congresso Nacional e que possa fazer articulações políticas que beneficiem o mercado.

Nessa linha, foram sugeridos nomes como os deputados Leonardo Quintão (MDB-MG) e José Carlos Aleluia (DEM-BA), segundo uma pessoa que acompanha as negociações.

Quintão foi um dos principais opositores à privatização de Furnas, subsidiária da Eletrobras. Já Aleluia é relator de um projeto de lei que defende a desestatização da elétrica. Nenhum dos dois conseguiu se reeleger.

Para um analista do setor, a ascensão de um ministro com esse perfil representaria uma continuidade em relação à atual gestão de Moreira Franco (MDB-RJ), que tem tomado decisões polêmicas entre os técnicos do setor e de viés mais político do que técnico.

Outro grupo defende uma escolha mais técnica e menos política para o cargo.

Entre os candidatos sugeridos estão os do ex-ministro de Minas e Energia Fernando Coelho Filho (DEM-PE), que é bastante elogiado pelos empresários e executivos do setor, ou mesmo um nome mais liberal — uma das sugestões é Eduardo Guardia, atual ministro da Fazenda.

O nome de Luciano de Castro, professor da Universidade de Iowa convocado pelo economista Paulo Guedes para cuidar da área de energia durante a campanha eleitoral, é visto com simpatia por seu perfil liberal, mas analistas avaliam que ele não tem força política nem conhecimento suficiente das particularidades brasileiras para se gabaritar ao comando do setor.

 

Sair da versão mobile