Com a eleição presidencial dos Estados Unidos ainda longe, dois populistas econômicos em extremos opostos do espectro ideológico, Donald Trump e Bernie Sanders, estão disparando nas pesquisas e podem levar candidatos moderados de ambos os partidos – Republicano e Democrata – a reavaliar a ameaça. Trump, bilionário que anunciou em junho a candidatura à indicação republicana, estava em primeiro lugar na pesquisa às primárias feita no mês passado pela revista The Economist, com 15% da preferência.
O jornal The New York Times citou resultados semelhantes. Afirmou, no dia 14, que “a disparada de Trump não mostra sinais de recuo”.
Desde que Sanders, senador que se declara socialista, tornou-se candidato à indicação do Partido Democrata, em maio, também vem reduzindo a distância que o separa de Hillary Clinton, ex-secretária de Estado e ainda a favorita do eleitorado da legenda, por margem considerável. Além disso, Sanders vem atraindo plateias maiores do que Hillary. A crescente popularidade de Trump e Sanders demonstra que muitos norte-americanos buscam alternativas mais autênticas do que os cautelosos candidatos centristas que os partidos podem oferecer.
Ameaças
A possibilidade de vitória de Trump e Sanders nas primeiras disputas primárias, que ocorrerão em Iowa e New Hampshire em 2016, encerra riscos. Elas atraem principalmente as “bases” de eleitores – progressistas, no caso dos Democratas, e ultraconservadores, no caso dos Republicanos. Se um cenário assim se manifestar, Hillary, o ex-governador da Flórida Jeb Bush e outros candidatos de centro podem adotar posições mais radicais para conter o ímpeto da dupla. (Folhapress)