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Por causa de compromissos assumidos, Bolsonaro terá que cumprir uma promessa a cada duas semanas

A maioria das propostas apresentadas por Bolsonaro se refere à segurança pública. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)

O presidente Jair Bolsonaro terá que cumprir uma promessa a cada duas semanas para entregar tudo o que prometeu no seu governo, segundo um levantamento feito pelo jornal Folha de S.Paulo, que mapeou 98 propostas que ele anunciou antes de tomar posse, incluindo as registradas no plano de governo e outras assumidas em entrevistas e postagens nas redes sociais.

A maioria se refere à segurança pública (16%), educação (11%) e saúde (9%). Nesta quarta-feira (10), Bolsonaro completa cem dias de governo. Enquanto os compromissos ligados à reforma da Previdência são bastante específicos (introduzir sistema com contas individuais de capitalização, por exemplo), áreas como política externa acumulam propostas mais genéricas, como afastar o Brasil da Venezuela ou redirecionar o eixo de parcerias bilaterais.

Para aprovar a reforma da Previdência, porém, o governo precisa de apoio no Congresso, onde as relações com o Planalto permanecem pouco amistosas. Na última quarta-feira (03), a tensa sessão na Câmara dos Deputados em que Paulo Guedes explicava a reforma proposta foi interrompida após o ministro da Economia ter sido chamado de “tchutchuca” por um deputado do PT.

Já a Venezuela, do ditador Nicolás Maduro, enfrenta forte crise política, econômica e social. A possibilidade de uma intervenção militar naquele país já foi aventada pelos Estados Unidos e ganhou eco com o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente. A hipótese, porém, desagrada às Forças Armadas brasileiras, e Bolsonaro disse, na segunda-feira (08), que consultaria o Legislativo para tomar essa decisão.

Reeleição

Bolsonaro admitiu na segunda-feira (08) a possibilidade de se candidatar à reeleição em 2022. O chefe do Executivo, no entanto, condicionou uma eventual candidatura à aprovação de uma reforma política para reduzir o tamanho da Câmara e do Senado. Ele ponderou também que apenas será candidato se o seu estado de saúde mantiver o quadro de evolução.

O presidente passou por uma cirurgia de reconstrução do trânsito intestinal após ser esfaqueado na barriga, em setembro de 2018, durante um ato de campanha. “A pressão está muito grande para que se eu estiver bem, que me candidate à reeleição”, disse o militar em entrevista no Palácio do Planalto.

Bolsonaro prometeu que, caso seja candidato, fará diferente de outros políticos brasileiros, cuja reeleição, segundo ele, acaba se tornando uma espécie de “desgraça”, e que só se torna possível por meio de “acordos espúrios que levam a escândalos de corrupção”.

Ao fazer essa menção, Bolsonaro disse estar se referindo ao ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Não quero jogar dominó com ninguém em Curitiba”, provocou o presidente, em uma referência à sede da Polícia Federal, onde Lula cumpre pena de 12 anos e um mês de prisão após a condenação no caso do triplex em Guarujá (SP).

Bolsonaro reconheceu que a proposta de reforma da Previdência é impopular e afirmou que não teme que o projeto cause qualquer empecilho a uma eventual candidatura: “Se eu pensasse em reeleição faria uma reforma light, ou não faria. Mas [a sua eventual candidatura] poderia não sobreviver em 2022”.

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