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Por que o papa não ganhou o Prêmio Nobel da Paz?

Posição de Francisco sobre métodos anticoncepcionais pode ter influenciado. (Foto: Andrew Medichini/AP)

Ao menos duas iniciativas do papa Francisco nos últimos 12 meses já seriam suficientes para credenciá-lo como forte candidato ao Prêmio Nobel da Paz. Tanto EUA quanto Cuba reconheceram que a sua mediação foi crucial para fazer com que os antigos inimigos reatassem relações diplomáticas.

E a “Laudato Si”, encíclica ambiental de Francisco, é vista como o mais importante chamado à ação contra mudanças climáticas. O prêmio, porém, não veio. O grupo pró-democracia Quarteto de Diálogo Nacional, da Tunísia, foi o laureado de 2015.

Um motivo plausível seria a oposição da Igreja a métodos anticoncepcionais artificiais, posição defendida pelo papa, apesar da reputação de flexibilidade em algumas questões doutrinais. Em 2001, um dos membros do comitê do Nobel da Paz, Gunnar Staalseth, bispo luterano de Oslo (Noruega), disse que nenhum papa seria laureado até a Igreja mudar de ideia sobre o tema.

O fato de Francisco reafirmar a doutrina tradicional católica sobre controle de natalidade atrapalhou até as reações majoritariamente positivas à “Laudato Si”. Na encíclica, ele condenou padrões insustentáveis de consumo dos países ricos, mas afirmou não haver elo direto entre o aumento da população e os problemas ambientais, posição muito criticada pela revista científica Nature.

Indicação

O próprio Francisco “indicou” suas candidatas ao prêmio. Para ele, as mulheres do Paraguai, que reconstruíram o país após o extermínio de boa parte dos homens na guerra contra Brasil, Uruguai e Argentina no século 19, é que são dignas da láurea. (Reinaldo José Lopes/Folhapress)

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