Na tarde dessa quinta-feira, Porto Alegre ganhou a DRTC (Delegacia de Polícia Especializada de Repressão aos Roubos em Transporte Coletivo). A unidade havia sido criada por decreto estadual em setembro do ano passado e teve como embrião uma força-tarefa criada há três anos pelo DPM (Departamento de Polícia Metropolitana) para investigar assaltos a empresas e passageiros de ônibus e lotações.
Com a meta inicial de reduzir os índices de ocorrências desse tipo, a iniciativa contava com dois delegados e oito agentes, equipe que acabou reduzida quase pela metade em maio do ano passado. O corte não impediu que, entre maio e setembro, fossem realizadas 45 prisões e diminuída a incidência de ataques.
Em cerca de três anos de atuação, foram mais de mil processos enviados ao Poder Judiciário e 913 mandados de prisão preventiva ou temporária, que resultaram em pelo menos 250 presos. A DRTC será comandada pelo delegado Daniel Mendelski Ribeiro, com o apoio de sete agentes.
De acordo com a SSP (Secretaria da Segurança Pública) do Rio Grande do Sul, em janeiro e fevereiro de 2018 foram notificados 133 assaltos dentro de ônibus ou lotações. Isso representa uma média de aproximadamente dois por dia. Na maioria dos casos, o alvo é o motorista do veículo.
A nova delegacia foi instalada na avenida Getúlio Vargas nº 1.250, dentro do complexo da Secretaria da Agricultura (na longa quadra entre as ruas Botafogo e Saldanha Marinho), no bairro Menino Deus. A equipe especializada atua durante o horário comercial e há um plantão 24 horas. As ocorrências também podem ser feitas na internet, por meio do site www.pc.rs.gov.br.
Manifestações
Participaram da cerimônia de inauguração da unidade as delegadas Nadine Anflor e Adriana Costa (respectivamente chefe de Polícia e diretora do Deparamento de Polícia Metropolitana), o prefeito Nelson Marchezan Júnior e outras autoridades. Também estiveram presentes representantes das empresas de transporte coletivo da capital gaúcha.
Nadine mencionou o fato de a demanda ter surgido a partir do contato entre Polícia Civil e gestores das empresas de transporte público da Região Metropolitana de Porto Alegre. “Esse é um qualificador do atendimento ao cidadão, para devolver a ele o sentimento de justiça”, frisou.
Já Mendelski destacou ações já realizadas (como o treinamento dos profissionais do setor de transportes) e mencionou dados sobre a queda no número de ocorrências: “Em janeiro de 2016, registramos 319 roubos ao transporte coletivo, enquanto em janeiro deste ano foram 60″.
“O sujeito assaltava o ônibus, descia na parada, atravessava, pegava outro ônibus e assaltava. Isso acabava pulverizado em várias delegacias, sem integração desses dados ou uma investigação conjunta”, acrescentou.
Para Marchezan, a unidade fortalece a segurança pública: “A prefeitura tem um importante papel de colaborar com as investigações, fornecendo informações. O nosso sistema de monitoramento de placas, por exemplo, reconhece mais de 800 mil veículos por dia nos pardais e repassa as informações à polícia. Vamos avançar, ainda, na implantação do sistema de GPS em todas as linhas de ônibus, dentre outras ações.”
(Marcello Campos)
