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Porto Alegre registra menor número de homicídios em agosto dos últimos 10 anos

Os dados da Secretaria de Segurança Pública auxiliam no planejamento do programa RS Seguro.(Foto: O Sul)

Pela primeira vez em 10 anos, Porto Alegre encerrou o mês de agosto com menos de 20 homicídios registrados. No último mês, ocorreram 16 assassinatos na capital. Os dados foram divulgados pelo governador em exercício e secretário da Segurança Pública, Ranolfo Vieira Júnior, durante abertura da reunião da Gestão Estatística em Segurança (Geseg) na tarde desta quinta-feira (12) no Palácio Piratini.

Os índices de criminalidade apresentados hoje indicam que desde o mês de janeiro a retração em Porto Alegre é de 45,2%, com 218 assassinatos frente os 398 do mesmo período do ano anterior. Em todo o Rio Grande do Sul, cerca de 400 vidas foram preservadas, com homicídios caindo de 1.631 para 1.234 (-24,3%). Apenas no último mês, a redução de assassinatos no estado chegou a 40%, de 196 no mesmo mês do ano passado para 117.

Ranolfo Vieira Júnior destacou, durante a fala, a importância da redução nos números. “A taxa de homicídio é a forma que se afere a segurança pública em todo o mundo, por isso essa redução registrada é muito importante”, disse o governador interino. “Praticamente, diminuímos todos os 16 indicadores. A menor redução foi no feminicídio. Mas seguiremos trabalhando para reduzi-lo”, acrescentou.

Os dados da Secretaria da Segurança Pública (SSP) também auxiliam com o planejamento do programa RS Seguro, que prioriza o combate ao crime em 18 municípios. Esse conjunto de cidades foi responsável por nove em cada 10 das vidas preservadas no Estado entre janeiro e agosto de 2019, na comparação com o total de homicídios em igual período do ano passado. O número de assassinatos nesses municípios caiu 33,1%, passando de 1.080 para 722. Ou seja, das 397 mortes que deixaram de ocorrer em todo o estado, 358 foram evitadas nas localidades priorizadas pelo programa.

Furto de veículos cai para o menor acumulado da história

Nos oito priomeiros meses do ano, o furto de veículos caiu para o menor número de casos desde que a contagem foi iniciada, há 17 anos. O total de ocorrências baixou de 9.878, de janeiro a agosto do ano passado, para 8.751 em igual período de 2019, o que representa uma queda de 11,4%.

Com as ações do Estado em prevenção e repressão, também foi possível atingir marca recorde em um dos delitos com maior potencial de perigo para as vítimas: o roubo de veículo. De janeiro a agosto, foram roubados 7.821 carros, número ainda alto, mas o menor desde 2011 e que equivale a 31,1% menos do que os 11.345 levados em igual intervalo do ano passado.

Outro destaque é a diminuição de 37% nos ataques a banco no Rio Grande do Sul. A soma de furtos e roubos a instituições bancárias caiu para 76 ocorrências entre janeiro e agosto de 2019. No ano anterior foram registradas 121. Também houve queda de 9,2% em roubos (de 50.353 para 45.735), de 15% nos furtos (de 94.400 para 80.196) e de 26% nos roubos a transporte coletivo, incluindo passageiros e motoristas (de 2.199 para 1.625).

Indicadores de violência contra a mulher

Enquanto o 13º Anuário Brasileiro da Segurança Pública, divulgado pelo Fórum Brasileiro da Segurança Pública, nesta terça-feira (10), mostrou que os feminicídios no Estado cresceram 40% em 2018 sobre o ano anterior – 10 vezes mais do que o percentual no país –, o índice mais recente, acompanhado pela SSP, mostra redução nas mortes de mulheres em razão do gênero.

De janeiro a agosto, ainda houve 66 assassinatos, que representam 9,6% a menos do que os 73 registrados em igual período do ano passado. Além disso, outros quatro indicadores da violência contra as mulheres registraram retração na comparação entre acumulados até o oitavo mês deste ano e de 2018.

As tentativas de feminicídio caíram de 249 para 233 (-6,4%), os registros de ameaça passaram de 25.096 para 24.471 (-2,5%) e as ocorrências de lesão corporal baixaram de 14.026 para 13.410 (-4,4%). A redução mais significativa, de 21,5%, ocorreu nos estupros, que foram de 1.249 para 981.

Desde o início do ano, Polícia Civil e Brigada Militar já realizaram pelo menos três grandes operações com foco na proteção de mulheres vítimas e detenção de agressores. Além disso, as 22 Delegacias Especializadas no Atendimento à Mulher (Deam) do Estado adotaram um questionário padrão para avaliação de risco, o que torna mais eficaz o primeiro contato das vítimas com a polícia e dá maior embasamento para a solicitação de eventuais medidas protetivas à Justiça. Gradativamente, equipes das Delegacias de Polícia de Pronto Atendimento (DPPA) têm recebido treinamentos para estender a aplicação do questionário a essas unidades.

Na leitura isolada de agosto, o quadro geral também é de diminuição da violência contra as mulheres em relação ao mesmo mês em 2018. Os feminicídios caíram de 10 para oito casos (-20%), as ameaças reduziram de 3.047 para 2.728 registros (-10,5%), as lesões corporais foram de 1.450 para 1.390 (-4,1%) e os estupros baixaram de 151 para 120 ocorrências (-20,5%). As tentativas de feminicídio, no entanto, aumentaram de 22 para 27 (22,7%).

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