Em meio ao agravamento de indicadores da pandemia no Rio Grande do Sul, Porto Alegre registrou no final da tarde desta segunda-feira (22) um recorde no que se refere aos internados por coronavírus em Unidades de Terapia Intensiva (UTI): 350 pacientes. Somados aos demais atendidos nesse tipo de estrutura hospitalar, são 762 indivíduos – uma lotação geral superior a 96%.
Para se ter uma ideia ainda mais ampla do problema, dos 17 hospitais de Porto Alegre que atendem a casos de Covid, seis estão com 100% de lotação: Mãe de Deus, São Lucas da PUCRS, Independência, Fêmina, Restinga e Moinhos de Vento. Este último, aliás, está com 115%, ou seja, já tem mais pacientes do que leitos.
Ou seja, a cidade nunca esteve tão perigosamente perto de um cenário de colapso da rede hospitalar (tanto pública quanto particular), a partir do momento em que a demanda por atendimentos não puder ser suprida. E fevereiro ainda nem chegou ao fim.
Dentre os resultados mais preocupantes está o fato de que a capital gaúcha já tem uma fila de espera para atendimento na maioria das instituições de saúde. No começo da noite, esse contingente era de 53 pessoas aguardando em setores de emergência por um encaminhamento a UTI.
Porto Alegre acumula 99.114 testes positivos de coronavírus e 2.290 desfechos fatais desde o começo da pandemia, há quase um ano. Já os recuperados totalizam 87.747. Esses números mantém a cidade no topo do ranking gaúcho da pandemia.
Situação estadual
Já em âmbito estadual, a lotação das UTIs por pacientes adultos é de 85% no Rio Grande do Sul, com 1.089 casos confirmados de coronavírus e outros 217 com suspeita de contágio ou outros problemas respiratórios, além de 985 por outras causas.
Além disso, outros 2,6 mil gaúchos continuam internadas por Covid (confirmada ou suspeita) ou outros problemas respiratórios em leitos clínicos não classificados como de UTI.
Visita aos vereadores
Ao participar da sessão plenária na Câmara de Vereadores nesta segunda-feira, o prefeito Sebastião Melo incluiu na pauta do encontro com os parlamentares municipais o atual cenário da pandemia em Porto Alegre. Ele esteve acompanhado de um grupo de secretários municipais.
Destacou o empenho para ampliar a campanha de vacinação e a abertura de novos leitos hospitalares. Também falou sobre as diferentes ações de combate ao coronavírus que vêm sendo adotadas e reiterou a importância de Porto Alegre ter permanecido com o sistema de cogestão junto ao governo estadual, para ter autonomia na decisão de medidas específicas de enfrentamento à pandemia.
“O momento que estamos vivendo é grave e requer de todos nós muita responsabilidade e equilíbrio. Estamos estudando um pedido para compra de vacinas, e sei que a Câmara será parceira. Além disso, estarei pressionando o governo federal para aquisição de novas doses. Não mediremos esforços para abrir novos leitos e obter vacinas”, afirmou Melo.
(Marcello Campos)