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Pouco menos de dois anos depois de deixar a cadeia, Roberto Jefferson, que denunciou o mensalão e foi condenado pelo Supremo, quer ser candidato em 2018 na onda do antipetismo

Depois de cumprir pena por envolvimento no "valerioduto", agora Roberto Jefferson quer ser absolvido nas urnas, em 2018. (Foto: Reprodução)

Pouco menos de dois anos depois de deixar a cadeia, Roberto Jefferson, pivô do escândalo do mensalão, tem rotina de deputado. Entre terça e quinta-feira, está em Brasília recebendo uma romaria de políticos. Aos fins de semana, viaja o País. Apenas no último mês, esteve duas vezes com o presidente Michel Temer no Palácio Planalto. Voltou a presidir o PTB e até agora está fora da “lista da Odebrecht”, enquanto seu arquirrival, o ex-ministro petista José Dirceu, foi preso novamente por envolvimento no petrolão.

Jefferson, 64 anos, é conhecido por ter, em 2005, revelado um esquema de compra de votos no Congresso pelo governo Lula. Teve o mandato cassado e foi condenado a 7 anos e 14 dias de prisão por receber R$ 4,5 milhões do “valerioduto.” O ex-deputado cumpriu mais de um ano em regime fechado, mas conseguiu que o STF (Supremo Tribunal Federal) perdoasse o restante da pena.

Agora quer ser absolvido pelas urnas. Uma pesquisa do Instituto Paraná apontou: se for candidato a deputado federal por São Paulo, Jefferson pode ter cerca de 600 mil votos. É mais do que os 400 mil obtidos pelo pastor Marco Feliciano (PSC), o terceiro deputado mais votado do Estado em 2014, com um detalhe: o reduto eleitoral de Jefferson é o Rio de Janeiro.

Diagnosticado com câncer, ele disse que se a saúde deixar, será candidato. Ele está novamente com câncer, agora na garganta. “É a terceira vez. Ô, doença complicada! Ela não para de apertar o sujeito.”

Para a deputada Cristiane Brasil (PTB), filha de Jefferson, o pai não precisa de mandato para fazer política. “Todo mundo escuta o que ele fala, inclusive o presidente”, disse ela. O poder de Jefferson está apoiado em quatro pilares: carisma pessoal, domínio do PTB, o sentimento antipetista no País e a relação próxima com Michel Temer, que conhece desde a Constituinte em 1988.

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