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Pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro, o ex-jogador Romário usou a sua conta no Twitter para se defender das suspeitas de lavagem de dinheiro

Segundo a assessoria do parlamentar, o procedimento ocorreu sem complicações. (Foto: Lucio Bernardo Jr./Câmara dos Deputados)

Nessa quinta-feira, o ex-atacante e senador Romário Faria, pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro pelo partido Podemos, utilizou a sua conta no Twitter para se defender das acusações de lavagem de dinheiro. “Quando eu for questionado, comprovarei que todos os meus recursos têm origem legal, fruto do meu trabalho como atleta de sucesso mundial”, postou o baixinho.

Ele também disse que tomará as medidas necessárias contra os responsáveis pelo acesso a dados protegidos. “Volto a afirmar: eu não finjo ser decente e honesto. Eu sou! E outra coisa: sou, sim, pré-candidato ao governo do Rio de Janeiro”, acrescentou.

Um relatório do Coaf (Conselho de Controle de Atividades Financeiras) obtido pela imprensa menciona uma movimentação suspeita na conta bancária do senador e de sua irmã Zoraidi de Souza Faria, também administrada por ele.

De acordo com o órgão, ligado ao Ministério da Fazenda, a conta bancária de Zoraidi “é incompatível com a sua capacidade financeira” e pode estar sendo utilizada para mascarar transações do político de 1952, destaque na equipe tetracampeã mundial de 1994.

Conforme o jornal “O Globo”, a conta da irmã do parlamentar foi aberta em uma agência no Congresso Nacional, em Brasília, onde Romário exerce mandato desde 2011 – ela mora, no entanto, em Jacarepaguá, na Zona Oeste do Rio de Janeiro.

Com rendimento anual declarado de apenas R$ 8 mil, Zoraidi recebeu em sua conta, de acordo com o relatório do Coaf, R$ 8 milhões entre agosto de 2016 e abril do ano passado. Já as saídas de dinheiro da mesma conta totalizaram R$ 7,5 milhões no mesmo período.

Planos políticos

A candidatura de Romário pode mudar o xadrez eleitoral fluminense. Todas as pesquisas internas nas mãos de partidos o colocam como o líder disparado nas intenções de voto, seguido pelo ex-prefeito Eduardo Paes (DEM), pelo deputado federal Índio da Costa (PSD) e pelo ex-governador Anthony Garotinho (PRP).

Seus adversários lembram, porém, as eleições de 2014 e 2016, quando Romário também ameaçou se candidatar para cargos majoritários e voltou atrás. Há quatro anos, a desistência de sair ao Palácio Guanabara ocorreu em 17 de fevereiro. Há dois anos, ele também abdicou da disputa pela prefeitura apenas em 21 de julho, véspera das convenções partidárias.

Desta vez, contudo, há fatores que tornam o futuro um pouco mais indefinido. Romário é, no Rio de Janeiro, a grande estrela do Podemos, partido que até agora insiste no senador paranaense Álvaro Dias como postulante ao Palácio Planalto. E para ser competitivo, Dias precisará, necessariamente, de um bom palanque no Estado.

Além disso, tem incomodado demais a Romário a fama que se estabeleceu no Rio de que, a cada eleição, ele “negocia o passe” (é exatamente esse jargão futebolístico nas rodas de conversas de políticos).

Até agora, a agenda do senador é, sim, de candidato. Em fins de semana, quando não está em Brasília, seu perfil no Instagram revela viagens pelo interior para reuniões. Ele esteve em Quissamã nessa quinta-feira e deve visitar São João da Barra e Campos dos Goytacazes nesta sexta-feira.

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