Ícone do site Jornal O Sul

Prédio de Nova York ligado ao Irã é confiscado pela Justiça dos Estados Unidos

Edifício tem valor estimado em até 1 bilhão de dólares. (Foto: Reprodução)

Um prédio de 36 andares na Quinta Avenida, um dos endereços mais caros de Nova York (Estados Unidos), foi oficialmente confiscado pela Justiça norte-americana , após a confirmação de um veredicto emitido em 2013. De acordo com as autoridades de Manhattan, o complexo comercial é controlado indiretamente pelo Irã.

O produto da venda do imóvel será destinado a um fundo internacional para indenizar vítimas de atentados, informou à agência de notícias AFP um porta-voz do procurador federal do Distrito Sul do Estado de Nova York, Joon H. Kim.

O edifício tem o valor estimado em entre 500 milhões e 1 bilhão de dólares.
O mesmo tribunal decretou o embargo de fundos e de outros imóveis ligados ao Irã, destacou o porta-voz.

Este foi o maior confisco já realizado por uma jurisdição civil na história dos Estados Unidos, segundo a Procuradoria. A primeira decisão favorável ao governo americano saiu em 2013, mas foi objeto de apelação.

Dentre os beneficiários da venda do prédio estão familiares das vítimas do ataque de 1983 contra um grupo de marines e pessoas afetadas pelos atentados de 1996 contra as torres Khobar na Arábia Saudita. Os ataques teriam contado com o suposto envolvimento do Irã, mas o governo de Teerã desmente qualquer tipo de relação direta ou indireta com os incidentes.

A justiça estabeleceu que os proprietários do prédio, construído pelo Xá do Irã, transferiram milhões de dólares de aluguéis para o governo iraniano através do banco Melli, violando as sanções econômicas impostas pelos Estados Unidos.

O atentados

Em 25 de junho de 1996, membros da Hezbollah saudita levaram a cabo um ataque terrorista nas Torres Khobar, complexo residencial próximo a Dhahran, Arábia Saudita. À época, o complexo era usado como residência dos militares dos Estados Unidos. Momentos após conduzir um caminhão-tanque carregado de explosivos plásticos ao estacionamento do complexo, os terroristas o detonaram, destruindo quase completamente o prédio mais próximo. O ataque matou 19 militares norte-americanos e um cidadão saudita, além de ferir 372 pessoas de nacionalidades variadas.

Em 21 de junho de 2001, um júri federal em Alexandria, no Estado da Virgínia, denunciou 14 terroristas pelo ataque, dentre os quais Ahmad al-Mughassil, Ali el-Hoorie, Ibrahim al-Yacoub e Abdelkarim al-Nasser, por crimes variados.

De acordo com a denúncia, nove membros da milícia foram acusados de 46 imputações separadas, incluindo formação de quadrilha para matar cidadãos norte-americanos e funcionários do governo dos país, uso de armas de destruição em massa, explosão a bomba, homicídio doloso (com intenção de matar) e destruição de bens dos Estados Unidos.

Um programa intitulado “Recompensas para a Justiça” havia oferecido uma recompensa de até 5 milhões de dólares, em troca de informações que levassem à Justiça os responsáveis por este ataque.

Sair da versão mobile